Gilmar Mendes alerta para ligação do crime organizado nas eleições e defende mudanças no financiamento político – Debate em Harvard

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Gilmar Mendes cita crime organizado e defende mudar financiamento eleitoral

Ministro participou do debate “Resiliência da Democracia Brasileira” nos Estados Unidos

A necessidade de mudança do sistema de financiamento eleitoral foi um dos consensos de um debate sobre a democracia brasileira na Universidade de Harvard. O motor da discussão foi a crescente suspeita de que o crime organizado está cada vez mais próximo das eleições.

“Sobre o problema do dinheiro na campanha eleitoral, talvez tenhamos de fazer
uma revisão desse sistema. Hoje, ele é quase totalmente com dinheiro público, e
se fala até de organizações criminosas na campanha”, disse o ministro do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes.

O ministro participou do debate “Resiliência da Democracia Brasileira” organizado pela Associação Brasileira de Estudantes e Acadêmicos de Harvard (HBASS) e a Brazil Caucus na Harvard Kennedy School, a escola de governo da Universidade de Harvard.

O posicionamento de Gilmar Mendes ocorreu após participação da deputada Tabata Amaral (PSB-SP) que lembrou da campanha municipal de 2024. Segundo ela, a campanha teve uma série de suspeitas de financiamento ilegal, inclusive com recursos oriundos de organizações criminosas.

“Está acontecendo a mexicanização da política brasileira. O crime organizado, como o PCC, que controla territórios, também avança para a campanha eleitoral com dinheiro vivo do crime para financiar candidatos”, disse a deputada paulista. “Ainda não há essa conversa aberta no Brasil. É preciso ter uma abordagem transnacional”, completou.

No mesmo painel, o ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), Bruno Dantas, lembrou que, apesar dos ataques, o processo eleitoral de 2022 foi muito bem-sucedido, com resultado rápido e confiável, e preservação dos valores democráticos.

“O sistema brasileiro se mostrou muito confiável”, disse o ministro, ao lembrar que houve demonstração de que os questionamentos sobre o sistema eleitoral estavam equivocados.

Apesar da fortaleza do sistema eleitoral, Dantas defendeu que democracias precisam ter uma rede de instituições para defender a democracia e as próprias instituições. “As instituições precisam ter lealdade à Constituição e atuar em rede para defender o que está na Lei”, disse.

DE viajou a convite da Brazil Conference.

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