Grupo cria falsa central de banco e movimenta R$ 3 milhões com golpes
Investigações da PCDF e PCGO tiveram início após empresária ser enganada por
golpistas e ter mais de R$ 449 mil subtraídos de conta bancária
As Polícias Civis do Distrito Federal (PCDF) e de
Goiás (PCGO), por meio das respectivas Delegacias de Repressão a Crimes
Cibernéticos (DRCC e DERCC), deflagraram a Operação Nexo Oculto, nesta
terça-feira (15/4), para desarticular organização criminosa responsável por
aplicar o golpe da falsa central bancária.
A operação resultou no cumprimento de 59 ordens judiciais, sendo 27 mandados de
prisão e 32 de busca e apreensão em São Paulo, Distrito Federal e Goiás.
As investigações tiveram início após uma empresária ter mais de R$ 449 mil
subtraídos de sua conta bancária por meio de seis transferências fraudulentas
via TED.
O autor da fraude utilizou a técnica de spoofing telefônico, falsificando o
número de contato que aparecia para a vítima, fazendo com que o identificador de
chamadas exibisse o nome do Banco do Brasil.
Isso, aliado à técnica de engenharia social e ao uso do programa de acesso
remoto AnyDesk, permitiu que o criminoso acessasse o computador da vítima e
executasse as transferências bancárias.
O golpe foi aplicado a partir do número (61) 4004-0001 — falsificado por meio de
tecnologia VoIP, para simular contato oficial da instituição bancária. Em
seguida, os valores desviados foram rapidamente redistribuídos para contas de
pessoas físicas e jurídicas.
As investigações revelaram movimentações bancárias superiores a R$ 3,3 milhões
em apenas três meses, muitas vezes com valores de crédito e débito equivalentes,
o que é característico de contas de passagem.
Foi identificado também o fracionamento deliberado de valores e a pulverização
rápida de quantias entre contas vinculadas a familiares, empresas recém-criadas
e contas sem histórico de movimentação anterior, compras de escrituras públicas
em valores superiores a 100% da avaliação fiscal, compras com dinheiro em
espécie superior a R$ 30 mil — todos indícios clássicos de lavagem de capitais.
A organização criminosa era altamente estruturada, tendo ramificações em ao
menos quatro cidades, espalhadas por Goiás, São Paulo e DF.
Os investigados utilizavam empresas de fachada, testavam contas bancárias com
valores simbólicos antes de aplicar o golpe e movimentavam altas quantias para
dificultar o rastreamento.
Os indiciados responderão pelos crimes de estelionato qualificado pela fraude
eletrônica, organização criminosa e lavagem de capitais, cujas penas somadas
podem chegar a 32 anos de reclusão.
As investigações prosseguem com foco na completa desarticulação da rede
criminosa e identificação de novos envolvidos. Se deseja receber notícias do DF, fique ligado nas informações.