Médica mata marido sueco com ajuda do amante para ficar com herança
Psiquiatra e comerciante foram presos pelo homicídio de Raoul Holmlund, cujo
corpo foi encontrado submerso em represa no interior de SP
São Paulo — A psiquiatra Nathália Cavalcanti Martins, de 40 anos, foi presa
junto com o ex-amante, o comerciante Vanderlei Cardoso de Oliveira, 47, após a
Polícia Civil indiciá-los pelo assassinato do marido da médica, o sueco Raoul Gerhard Josef Holmlund. Ambos
foram tornados réus pelo Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP), nessa segunda-feira (14/4).
O corpo da vítima foi encontrado submerso em uma represa de Nova Odessa,
interior paulista, com marcas de violência, em 14 de maio do ano passado. Por
estar sem documentos, o estrangeiro foi sepultado como indigente na ocasião.
O assassinato teria sido quase um crime perfeito caso os suspeitos não
estivessem esquecido de retirar a aliança de casamento do sueco, na qual estava
grafado o nome Nathália.
Sueco foi morto e corpo jogado em represa
Nathália fez com que vítima registrasse filha dela como cidadã sueca
Médica matou marido com a ajuda de amante
Vanderlei Cardoso foi preso pelo crime
Nathália levou vítima ao local onde jogou corpo tempos depois
Investigação da Polícia Civil, obtida pelo DE, indica que a médica e
Raoul se casaram em 11 de junho de 2018. Eles já se conheciam há algum tempo,
mas não especificado.
Ela mudou-se para a Suécia em outubro de 2021. Desde então, o casal ia e voltava
da Europa para o Brasil, até janeiro de 2024. Foi quando Raoul foi para a Suécia
para vender um apartamento. Com o dinheiro, pretendia custear uma residência.
Ele morou por um tempo com a esposa no interior paulista, pouco antes do
assassinato.
Ambos mantinham uma rotina de um casal aparentemente normal, destacando-se o
fato de Raoul ser uma pessoa caseira. Mensagens enviadas por Nathalia, extraídas
de seus celulares, no entanto, descortinaram bastidores de traição e frieza,
como mostram relatórios policiais.
MARIDO E AMANTE
A investigação evidencia que a agora ré, formada médica com a ajuda da vítima,
passava muitos períodos sem a presença do marido — quando ele estava na Europa
— traindo-o com mais de um amante, entre eles Vanderlei Cardoso.
Ela, inclusive, promovia encontros entre os dois homens, incentivando o marido
para que fosse “amigo” do amante, para Raoul passar a confiar em Vanderlei.
Nathália, antes do crime, chegou a promover um churrasco, com a presença dos
dois homens, às margens da represa onde o corpo de Raoul foi submerso.
“IMPUNIDADE”
Acostumada a se relacionar de forma livre com mais de um homem, de acordo com a
polícia, Nathalia teria se sentido sufocada com a chegada do marido, além de se
sentir financeiramente cerceada — pelo fato de ele controlar os gastos dela.
Essa seria uma das principais motivações para o crime, de acordo com a
investigação.
Denúncia do Ministério Público de São Paulo (MPSP), obtida pelo DE,
mostra que Nathalia afirmou ao marido, em abril de 2023, que gostaria de se
separar dele.
> “Já arquitetando o plano homicida, após manifestar a dita intenção, a
> denunciada fez uma gravação no seu próprio aparelho celular sobre o
> planejamento na execução de Raoul”, destaca a Promotoria.
No registro de áudio, ela fala sobre organizar senhas de acesso às contas
bancárias da vítima, acrescentando não contar ainda com detalhes sobre a venda
do apartamento na Suécia. Ela, também, reforçou que “seria mais vantajoso” matar
Raoul no Brasil, usando como argumento a “impunidade” que “vigora no país”, além
de especular onde deixaria o corpo. Até uma geladeira foi cogitado para isso.