Dominado na 1ª etapa, DE tem reação tardia no Ceará
Vegetti e Pedro Raul confirmaram o ótimo campeonato que fazem e marcaram os gols
da vitória por 2×1 do Vozão
Antes dos jogos de Flamengo e Palmeiras, o DE entrou em campo com a esperança
de dormir na liderança de campeonato caso vencesse o Ceará no Castelão. Mas
certamente neste momento não seria algo fiel à realidade do time, que teve
atuação irregular mais uma vez. O Ceará se impôs nos primeiros 45 minutos, abriu
vantagem no placar, e tentou jogar em contragolpes no 2º tempo.
O Cruzmaltino foi melhor depois do intervalo, mas não o suficiente para produzir
chances em quantidade. Apresentou dificuldades para entrar na área, e só viu sua
jogada mais letal funcionar nos acréscimos. Vegetti, como sempre, diminuiu o
prejuízo. O argentino divide agora a artilharia da competição com Pedro Raul.
Escalações
Léo Condé teve os retornos de Matheus Bahia e Lucas Mugni. Willian Machado pôde
voltar a formar dupla de zaga com Marllon. Fernando Sobral retomou espaço no
meio-campo. Lourenço voltou para o banco. Fernandinho seguiu fora e Aylon foi
mantido na ponta-esquerda.
Fabio Carille precisou poupar Philippe Coutinho. Payet foi titular. Com os
desfalques de Lemos e Tchê Tchê, Lucas Freitas seguiu formando a zaga com João
Victor e Paulinho ganhou chance no meio-campo.
O jogo
Depois de dez minutos iniciais de certo equilíbrio e estudo, o Ceará assumiu
totalmente as rédeas da partida durante a 1ª etapa. Conseguiu marcar a saída de
bola do DE com eficiência e impedir os avanços do Gigante da Colina. A única
jogada relevante dos cariocas antes do intervalo, foi terminada em um chute de
Payet da entrada da área, ainda aos sete minutos. Depois disso, nada aconteceu!
A dificuldade de progressão do DE no gramado chamou a atenção. Mugni e Pedro
Raul faziam a primeira pressão central nos zagueiros. Aylon e Galeano se
adiantavam a medida que o adversário se encaminhava a um passe lateral. Paulo
Henrique chegou a receber duas vezes nas costas de Aylon, mas Matheus Bahia
interrompeu o ataque. Tirando isso, erros e mais erros.
Além da incapacidade de superar a ”pressão alta” do Vozão, o DE mostrava
pouco poder para vencer os duelos no meio-campo. Fernando Sobral e Dieguinho
engoliram Payet e Paulinho nesse aspecto. Ambos estiveram muito distantes de
Hugo Moura, o que facilitou o controle do setor por parte dos donos da casa.
Perto da área, Mugni era o jogador mais influente.
O camisa 10 do Alvinegro de Porangabaçu flutuava sempre para o lado da jogada,
fugindo do combate mais próximo de Hugo Moura, e se associando rapidamente com
os pontas e laterais em progressão. A jogada quase sempre era terminada com um
cruzamento para a área. Foram 15 do Ceará em 49 minutos, obviamente buscando a
presença de Pedro Raul em grande fase.
O centroavante conseguia se antecipar ou desvencilhar da dupla de zaga vascaína,
mas não encontrava a precisão ao encostar na bola. Foram ao menos quatro jogadas
assim. Um somatório de todas as questões que resultaram no domínio do Ceará no
jogo explica a jogada do gol.
Fernando Sobral recebeu com liberdade pelo meio e lançou Mugni nas costas de
João Victor. O zagueiro afastou muito mal e o meia cruzou para Pedro Raul se
antecipar a Lucas Freitas e marcar. Deu um ”chega pra lá” na imprecisão que
perdurava até aquele momento. O camisa 9 ainda receberia um belo passe de Sobral
dentro da área na sequência, mas não passou a Aylon e foi desarmado.
Após os 35 minutos, o Ceará recuou o bloco de marcação e o DE, enfim, pôde
trocar passes por mais tempo dentro do campo rival. Não conseguiu, no entanto,
conectar as peças e furar a defesa anfitriã. Nuno Moreira e Garré buscaram
flutuar dos lados para o meio, abrir passagem aos laterais, mas a circulação de
bola era truncada e os movimentos descoordenados.
Fabio Carille mexeu triplamente no intervalo. Paulinho, Garré e Nuno Moreira,
todos com imensa dificuldade de jogar, deram lugar a Jair, Adson e Rayan. O time
melhorou. O Ceará manteve uma postura parecida com a apresentada na reta final
do 1º tempo. Menos agressiva na marcação, resguardando o próprio campo. O
Cruzmaltino aproveitou com as novas peças em campo.
Rayan, desta vez pelo lado esquerdo, gerou profundidade ao time no setor. Jair
foi muito mais participativo do que Paulinho. Defensivamente deu mais segurança
também. Em mais um jogo apagado como titular, Payet saiu com dores no joelho
antes dos 15 minutos. Alex Teixeira entrou. O Ceará perdeu o goleiro Bruno
Ferreira com uma lesão no quadril. Fernando Miguel foi a campo.
O Ceará tentou encaixar contragolpes, mas tinha seus jogadores mais rápidos
muito recuados ao recuperar a bola em bloco baixo. Lucas Piton, Rayan e Jair
encaixaram chutes relativamente perigosos de média distância. Mesmo sem
conseguir entrar tanto na área, o DE rondava e deixava a torcida local tensa.
Se mostrou menos dependente de cruzamentos forçados a Vegetti, algo que já
ocorreu em outros jogos que se deparou com a mesma dificuldade. O zagueiro
Willian Machado o neutralizava quando a bola era levantada ao centrovante. Léo
Condé tirou Lucas Mugni e Aylon. Botou Matheus Araújo e Guilherme.
O ”sangue novo” em campo foi o suficiente para aumentar novamente o poder de
vitória em duelos do Ceará. Após ligação direta de Fernando Miguel, Galeano e
Matheus Araújo controlaram a posse e o ponta tabelou com Fabiano Souza pela
direita. Cruzou na segunda trave na sequência e viu o jovem Guilherme servir
Pedro Raul na pequena área.
O centroavante não perdoou e se tornou o artilheiro do Brasileirão com quatro
gols em quatro rodadas. Mal sabia que seria alcançado pelo companheiro de função
em campo. Com dez minutos de acréscimos, o DE não desistiu de tentar diminuir
o placar, e conseguiu. Vegetti enfim venceu um duelo aéreo contra a zaga
cearense e cabeceou entre Marllon e Willian Machado para marcar.
Rayan fez o cruzamento para o gol vascaíno e protagonizou algumas boas jogadas
no ”abafa” tentado nos minutos finais. Carille ainda botou o time mais a
frente com a entrada de Jean David no lugar de Lucas Freitas, mas o 1º tempo
paupérrimo custou muito caro.