A operação Carne Fraca, deflagrada pela Polícia Federal na última semana, causou furor e muita preocupação na população. Na lista de irregularidades investigadas estão carne estragada, reembalagem de produtos vencidos, carne contaminada por bactérias, misturada com papelão e venda de carne imprópria para consumo humano.
O temor de ser uma das vítimas da fraude na venda de carnes é crescente na população. Por isso, a Vigilância Sanitária de Goiânia está dando orientações aos consumidores. O órgão alertou que, por ser um produto perecível, a carne pode ter a qualidade alterada por vários fatores. É necessário que se tenha alguns cuidados, que devem começar na compra e englobar armazenamento, descongelamento e preparo.
“Umas das orientações é que o consumidor se atente para as condições do ambiente onde produto está sendo comercializado”, afirma Robson Azevedo, superintendente de Vigilância em Saúde.
De acordo com a Vigilância Sanitária, a carne deve ser exposta em balcão frigorífico, pendurada em ganchos de alumínio ou inox, a uma temperatura de 7º C, ou menor, no interior da peça. Medidas como a limpeza do local e uso de toucas, jalecos e outros equipamentos pelos funcionários também devem ser obedecidas. “E o mais importante, o local deve ter o Alvará Sanitário”, lembra o superintendente. Ainda de acordo com Robson, para a fabricação de embutidos (salsichas, presunto, salame, mortadela) é necessário ter um alvará sanitário especial, que ateste a execução das normas para fabricação desses produtos.
A venda de carnes pode ser a granel, bandeja ou a vácuo. Em todos os casos é preciso verificar textura e cor do produto. Segundo Robson, “a coloração da carne é a principal característica a ser observada”. A cor é o indício de como o animal foi abatido, como a carne foi conservada, manipulada e se é fresca ou não. Além de indicar uso de produtos químicos. “O ideal é que o alimento tenha a coloração entre vermelho púrpura/cereja e o vermelho brilhante”, orienta Robson.
É necessário ainda observar a etiqueta e rótulos dos produtos. As datas de fabricação e validade (contendo dia, mês e ano), informações nutricionais, além do nome, endereço e CNPJ da indústria produtora; selos de Inspeção (Municipal, Estadual ou Federal) precisam estar legíveis.
Os consumidores que encontrarem irregularidades sanitárias como falta de higiene e produtos vencidos e estragados podem denunciar pelo sistema de atendimento @156 presente no Portal da Prefeitura ou ainda procurar os Procon Municipal e Estadual e a Delegacia do Consumidor (Decon).
Se caso as irregularidades forem confirmadas, os estabelecimentos podem ser multados e os responsáveis responderem por crime de saúde pública e de relação de consumo.