Escultor mineiro presenteia obra sacra ao Papa Francisco: Madonna in Blues & Gold

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Relembre como é a obra sacra coberta com folhas de ouro produzida por escultor mineiro e entregue ao papa Francisco

A imagem foi produzida em uma das cidades brasileiras consideradas como grande referência na arte barroca, São João del Rei. Ela foi entregue ao pontífice pelo reitor da UFSJ, Marcelo Andrade, em encontro no Vaticano.

1 de 4 Momento em que o reitor da UFSJ entrega a imagem sacra de presente ao Papa Francisco — Foto: UFSJ/Divulgação

Momento em que o reitor da UFSJ entrega a imagem sacra de presente ao Papa Francisco — Foto: UFSJ/Divulgação

O papa Francisco, que faleceu na madrugada desta segunda-feira (21) aos 88 anos, após complicações de uma pneumonia bilateral, recebeu muitas demonstrações de carinho e devoção ao longo da vida. Um desses gestos aconteceu em setembro de 2023, quando o escultor mineiro Rogério Godoy presenteou o pontífice com uma obra sacra criada por ele.

A imagem foi produzida em uma das cidades brasileiras consideradas referência na arte barroca, São João del Rei, e entregue a Francisco pelo reitor da Diário do Estado, Marcelo Andrade, em encontro no Vaticano.

No momento em que recebeu em mãos o presente, o papa agradeceu, apreciando a extrema expressividade inscrita na simplicidade da obra. No encontro, o reitor entregou ainda um ofício de “Filiação da Universidade Federal de São João del-Rei à construção de um mundo igualitário, justo e pacífico”, como símbolo do entendimento do papel que a UFSJ tem na busca de uma sociedade mais justa e igualitária.

MADONNA IN BLUES & GOLD

2 de 4 Imagem ficará exposta para visitação na UFSJ antes de ser levada para o Papa Francisco — Foto: Dávila Martins/UFSJ

Imagem ficará exposta para visitação na UFSJ antes de ser levada para o Papa Francisco — Foto: Dávila Martins/UFSJ

A “Madonna in Blues & Gold” é uma escultura de 25 cm de altura, feita em cerâmica modelada à mão e posteriormente “queimada” em forno de altíssima temperatura. A peça é revestida com esmaltes vidrados azuis e aplicações de folha de ouro 23,5 quilates.

A base é feita de madeira (canela sassafrás), confeccionada a partir do aproveitamento do trabalho de um marceneiro da região. A folha de ouro é um material usado em diversas técnicas artísticas e em restaurações, tendo custo menor que o metal propriamente dito.

Artista doou imagem à UFSJ e reitor levará presente para o Papa Francisco — Foto: Dávila Martins/UFSJ

LEGADO DE TOLERÂNCIA E DIÁLOGO

4 de 4 Papa Francisco em imagem de 18 de abril de 2022, na Praça de São Pedro, no Vaticano — Foto: Alberto Pizzoli/AFP

Papa Francisco em imagem de 18 de abril de 2022, na Praça de São Pedro, no Vaticano — Foto: Alberto Pizzoli/AFP

Nascido em 17 de dezembro de 1936 em Buenos Aires, na Argentina, Francisco foi o primeiro papa latino-americano da história. Ele também foi o primeiro pontífice da era moderna a assumir o papado após a renúncia do seu antecessor e, ainda, o primeiro jesuíta no posto.

À frente da Igreja Católica por quase 12 anos, Francisco foi o papa número 266. Em 13 de março de 2013, durante o segundo dia do conclave para eleger o substituto de Bento XVI, Bergoglio foi escolhido como o novo líder – inclusive contra a sua própria vontade, segundo ele mesmo admitiu.

Apesar de ter sido eleito papa contra a própria vontade, a carreira de Francisco no catolicismo foi uma escolha própria do argentino. Formado em Ciências Químicas e professor de Literatura, o religioso filho de imigrantes italianos acabou optando por se dedicar aos estudos eclesiásticos.

Seu perfil jovial e descontraído — ele gostava de fazer piadas e brincadeiras — o tornou uma opção popular entre os colegas cardeais e uma escolha antes de mais nada conjuntural.

A modernidade também levou Francisco a lidar com outros assuntos delicados para a Igreja, como os direitos LGBTQIA+ e o sexismo. Ele foi elogiado por avanços como o de permitir bênçãos de padres a casais do mesmo sexo, colocar mulheres em cargos mais altos no Vaticano e permitir que elas votassem no Sínodo dos Bispos — a reunião em que bispos debatem e decidem questões ideológicas e regimentos internos. O papa defendia que apenas cristãos do sexo masculino poderiam ser ordenados para o sacerdócio, usando como base a premissa da Igreja Católica de que Jesus escolheu homens como apóstolos.

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