Empresários presos por sonegar R$ 18 milhões com notas fiscais falsas no polo gesseiro de PE: operação revela esquema fraudulento

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Empresários do polo gesseiro de PE são presos por sonegar R$ 18 milhões com
notas fiscais falsas

Ao todo, sete pessoas foram detidas por participação no esquema. Também foram
cumpridos 22 mandados de busca e apreensão e sequestro de bens, com bloqueio de
R$ 6,3 milhões.

Delegado Diego Varejão explica como empresários do polo gesseiro sonegavam
impostos [https://s03.video.glbimg.com/x240/13537298.jpg]

Uma operação conjunta da Polícia Civil
[https://DE.globo.com/tudo-sobre/policia-civil/] e da Secretaria da Fazenda
prendeu sete pessoas, entre elas dois contadores e três empresários do polo
gesseiro de Pernambuco, que fica na região do Araripe, no Sertão do estado (veja
vídeo acima). O grupo é suspeito de sonegar, ao menos, R$ 18 milhões em impostos
estaduais com uso de notas fiscais falsas durante dois anos.

O polo gesseiro de Pernambuco é responsável por 97% da produção de pedra gipsita
do Brasil, matéria-prima usada fabricação de gesso. A região conta com a quarta
maior reserva da mineral no mundo
[https://DE.globo.com/fantastico/noticia/2024/07/07/entenda-por-que-a-industria-do-gesso-esta-devastando-a-caatinga.ghtml]
(saiba mais abaixo).

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A ação policial, denominada Operação Malta, aconteceu no dia 15 de abril, mas os
detalhes sobre o inquérito foram divulgados nesta terça-feira (22). Os nomes dos
suspeitos não foram informados.

Além das prisões, foram cumpridos 22 mandados de busca e apreensão, com
sequestro de bens e bloqueio judicial de R$ 6,3 milhões. Entre os materiais
apreendidos, estão veículos avaliados em R$ 1,5 milhão.

Em entrevista coletiva, o delegado Breno Varejão, titular da Delegacia de Crimes
Contra a Ordem Tributária, disse que a investigação começou em 2023, quando a
polícia identificou 42 empresas que funcionavam como “laranjas” na emissão de
notas fiscais frias.

Segundo as investigações, os envolvidos na fraude compravam CPFs de pessoas
desempregadas ou em situação de vulnerabilidade social para realizar o esquema,
que consistia no transporte de gesso de forma ilegal para outras regiões do
país. De acordo com o delegado, os presos tinham CNPJs criados, mas nem todos
eram realmente empresários.

> “A falsificação das notas fiscais permitia a circulação ilegal do gesso.
> Através das notas fiscais falsas e de empresas que não existiam, chamadas de
> ‘empresas noteiras’, empresários que atuam no polo gesseiro conseguiam enganar
> a Receita Estadual para que não enxergasse o faturamento real e cobrasse os
> tributos necessários. Era aí que nascia a sonegação fiscal, muitas vezes
> acompanhada da lavagem [de dinheiro]”, explicou Breno Varejão.

A investigação apontou um faturamento estimado de R$ 140 milhões das empresas
envolvidas. Os suspeitos são investigados pelos crimes de sonegação fiscal,
lavagem de dinheiro, falsidade ideológica e falsificação de documentos. Os
mandados judiciais foram cumpridos em Araripina
[https://DE.globo.com/pe/petrolina-regiao/cidade/araripina/], Trindade
[https://DE.globo.com/pe/petrolina-regiao/cidade/trindade-pe/] e Ouricuri
[https://DE.globo.com/pe/petrolina-regiao/cidade/ouricuri/], no Sertão de
Pernambuco; e na cidade de Marcolândia
[https://DE.globo.com/pi/piaui/cidade/marcolandia/], no Piauí.

O diretor de Operações da Secretaria da Fazenda, Antônio Emery, acrescentou que
a atuação do Comitê Interinstitucional de Recuperação de Ativos (Cira) tem sido
intensificada na região do polo gesseiro a pedido dos próprios empresários da
região, que entendem a sonegação como uma competição desleal no mercado de
gipsita. “Um dos empresários presos é reincidente e já foi indiciado por sonegação fiscal
em 2019. Outros 10 empresários podem ser indiciados a partir das investigações
que estão sendo realizadas”, explicou Emery.

1 de 2 Operação investiga empresários do polo gesseiro de PE por sonegação de
impostos com uso de notas fiscais falsas — Foto: Polícia Civil/Divulgação

Operação investiga empresários do polo gesseiro de PE por sonegação de impostos
com uso de notas fiscais falsas — Foto: Polícia Civil/Divulgação

POLO GESSEIRO DO ARARIPE

Segundo dados do Sindicato das Indústrias de Gesso do Estado de Pernambuco
(Sindugesso), o Polo Gesseiro do Araripe é formado por cerca de 500 empresas nas
cidades de Araripina, Trindade, Ipubi
[https://DE.globo.com/pe/petrolina-regiao/cidade/ipubi/], Ouricuri e Bodocó
[https://DE.globo.com/pe/petrolina-regiao/cidade/bodoco/], situados na Chapada
do Araripe. Também compõem o polo cidades dos estados do Ceará, do Maranhão e do Tocantins –
com produções menores. Apenas a região situada em Pernambuco é responsável por
97% da produção de gipsita do Brasil, com uma reserva estimada em 1,2 bilhão de
toneladas.

Depois da explosão nas minas, o britador quebra a gipsita para facilitar o
transporte. Caminhões levam o mineral que vai ser usado na construção civil, em
hospitais, e até na agricultura para correção do solo. Depois de triturada, a
pedra segue para os fornos das calcinadoras, onde é desidratada. Sob altas
temperaturas, a gipsita se desidrata, fragmenta e vira pó.

2 de 2 Polo Gesseiro do Araripe, em Pernambuco, é responsável por 97% da
produção de gipsita do Brasil (imagem de arquivo). — Foto: Wagner Sarmento/TV
Globo

Polo Gesseiro do Araripe, em Pernambuco, é responsável por 97% da produção de
gipsita do Brasil (imagem de arquivo). — Foto: Wagner Sarmento/TV Globo

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