COP 30 na Amazônia: Brasil busca liderança no financiamento climático

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A Conferência do Clima, também conhecida como COP 30, é um evento crucial de discussões mundiais sobre questões ambientais. A edição deste ano será realizada na Amazônia pela primeira vez, em Belém. Aproximadamente 200 dias antes do evento, o Brasil está intensificando esforços para se destacar como protagonista nesse debate global, visando articular um financiamento climático de cerca de US$ 1 trilhão anualmente.

Para traçar os principais pontos de debate que guiarão as discussões na COP 30, o DE entrevistou Brenda Brito, pesquisadora da ONG Imazon, com expertise na proposição de soluções para o desenvolvimento sustentável. Brenda destaca que a COP 30 pode ser uma oportunidade para o Brasil consolidar sua liderança em debates ambientais globais, porém, não sem enfrentar grandes desafios.

Um dos desafios centrais da conferência é a implementação das estratégias do Acordo de Paris, firmado em 2015, visando conter o aquecimento global abaixo de 2°C até o final do século. Esse objetivo demanda um aumento significativo nos investimentos em preservação ambiental, especialmente nos países em desenvolvimento, com a intenção de alcançar a expressiva cifra de US$ 1 trilhão anual.

O financiamento climático torna-se, portanto, um tema central. Até mesmo os compromissos estabelecidos incluem apenas uma fração do montante necessário para cobrir ações de mitigação, adaptação e reparação de danos causados por eventos extremos do clima. Além disso, a conferência deve aprofundar as discussões sobre adaptação climática e transição justa, visando garantir que a mudança para economias mais sustentáveis não intensifique desigualdades sociais.

Dois pontos de destaque são o “Caminho Baku-Belém”, que estabelece um roteiro para alcançar o financiamento climático de US$ 1 trilhão por ano até 2035, e o Fundo de Financiamento para Florestas Tropicais (TFFF), proposto pelo Brasil. Este fundo busca captar recursos para recompensar países que reduzirem o desmatamento. A criação desse fundo é estratégica para posicionar o Brasil como líder nas discussões ambientais globais.

Apesar dos avanços desde a assinatura do Acordo de Paris, a persistência no uso de combustíveis fósseis representa um desafio significativo. Países como o Brasil se veem diante de contradições, como expandir a produção de petróleo enquanto buscam reduzir as emissões de carbono. Essas questões complexas serão debatidas na COP 30, juntamente com o papel do Brasil como um agente importante na promoção de soluções sustentáveis para questões ambientais globais.

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