Papa aceita renúncia de Bispo de Formosa

Em média, a diocese arrecada cerca de R$ 17 milhões por ano e estima-se que, de 2017 até as prisões, o grupo tenha desviado R$ 2 milhões

Em anúncio publicado na manhã desta quarta-feira (12), o Papa Francisco aceitou a renúncia do Bispo de Formosa, Dom. José Ronaldo Ribeiro. O bispo é acusado de compor um esquema criminoso que levou a desvios de mais de R$ 2 milhões na Diocese de Formosa. Ainda na publicação do Vaticano, o Arcebispo de Uberaba, Monsenhor Paulo Mendes Machado, foi nomeado como administrador apostólico do município. A Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), por meio de comunicado em seu site, confirmou a informação e destacou uma pequena biografia de Dom. José Ronaldo. Ele, junto com outras oito pessoas foram presas após a deflagração da Operação Caifás, em março deste ano, realizada pelo Ministério Público de Goiás (MPGO). A ação se deu após fiéis denunciarem a falta de transparência da igreja com os valores oriundos dos dízimos, doações, taxas de batismo, casamento e de arrecadações festivais. Ainda conforme o órgão, os desvios teriam sido inciados em 2015.

Foram cumpridos, na época, nove mandados de prisão e 10 de busca e apreensão. Foram detidos temporariamente: Epitácio Cardozo Pereira (Vigário-geral Monsenhor), José Ronaldo Ribeiro (Bispo Diocesano), Duílio Rodrigues Menezes (Secretário de Mitra), Guilherme Frederico Magalhães (Secretário de Mitra), Moacyr Santana ( Padre), Mário Vieira de Brito (Padre), Thiago Venceslau (Juiz Eclesiástico) Antônio Rubens Ferreira, Pedro Henrique Costa Augusto, Edimundo da Silva Borges Junior, Waldson José de Melo (padre).

Ainda conforme as investigações, durante o cumprimento dos mandados de busca e apreensão, foram encontrados com os acusados uma grande quantidade de dinheiro, coleção de relógios, carros de luxos e produtos eletrônicos. Para lograr a lavagem de dinheiro, alguns compraram gados e uma casa lotérica, na cidade de Posse. Dos valores arrecadado nas paróquias, 10% vinham de taxas de casamentos, batismos e dízimos. Outros 15% referentes ao adquirido em festejos eram destinados à cúria para custear as despesas da igreja e realização de projetos sociais. Mas, segundo as investigações, o dinheiro era desviado para contas pessoais dos párocos por meio de transferências bancárias ou em espécie. Em média, a diocese arrecada cerca de R$ 17 milhões por ano e estima-se que, de 2017 até as prisões, o grupo tenha desviado R$ 2 milhões.

Em abril, a 2° Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás expediu o alvará de soltura em favor do bispo e de mais seis acusados:  Mário Vieira de Brito, Moacyr Santana, Antônio Rubens Ferreira, Waldson José de Melo, Epitácio Cardozo Pereira, Pedro Henrique Costa Augusto. Em agosto foi realizada a primeira audiência de instrução, mas foi adiado devido ao Ministério Público apresentar novos documentos relacionado com o processo. Nesta segunda-feira (10), ocorreu a audiência, aonde duas testemunhas foram ouvidas e ainda falta a oitiva de mais dez pessoas. Com isso, a audiência foi remarcada para o próximo dia 11 de outubro.]

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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