A Polícia Civil está investigando um suposto caso de racismo dentro de uma escola pública estadual na baixada maranhense. De acordo com relatos de estudantes do Centro Educacional Aniceto Cantanhede, uma professora teria chamado um aluno negro de “carvãozinho”, levando-a a ser afastada do cargo. O caso ocorreu no dia 10 de abril e provocou revolta entre os estudantes e pais da região.
Durante uma aula de Geografia, a docente teria feito a ofensa ao aluno, causando impacto não apenas nele, mas em toda a comunidade escolar. O estudante afirmou ter ficado envergonhado e angustiado, levando-o a receber acompanhamento psicológico. O caso gerou manifestações em frente à escola pedindo justiça, com a Secretaria Estadual de Educação tomando medidas imediatas de afastamento da professora e abertura de processo administrativo.
Os moradores de Pontal, uma das 22 comunidades quilombolas reconhecidas em Bequimão, estão acompanhando o desenrolar das investigações e pedindo por justiça. O presidente do Instituto Quilombola do Maranhão, Francisco Sousa, ressaltou a importância de lutar contra o racismo e cobrar a aplicação da lei. O crime de racismo não prescreve e pode resultar em até cinco anos de prisão, sem direito a fiança.
A Delegacia de Polícia de Bequimão está conduzindo as investigações, com previsão de conclusão do inquérito esta semana. A professora envolvida já foi interrogada, e o caso será encaminhado ao Poder Judiciário após a finalização do processo. A Secretaria de Estado da Educação ofereceu apoio psicológico ao aluno afetado e reforçou o repúdio a qualquer forma de discriminação, comprometendo-se em fortalecer a campanha antirracismo na escola.
Os alunos, familiares e a comunidade em geral esperam que a justiça seja feita e que situações desse tipo não se repitam. A agente comunitária de saúde, Rosinete Lopes, destacou a necessidade de garantir que a população quilombola não seja alvo de racismo. A professora Simplícia Neta ressaltou a importância de cumprir a lei e responsabilizar os autores desse tipo de crime, visando a preservação da dignidade e dos direitos humanos de todos.