Policiais militares são absolvidos em caso de turistas baleados em Fortaleza
O caso aconteceu em 2007, quando o carro em que os turistas estavam foi atingido
por disparos feitos pelos agentes.
Carro com turistas em Fortaleza é baleado por policiais militares.
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Três policiais militares foram absolvidos da acusação de tentativa de homicídio contra um grupo de turistas em Fortaleza. O caso aconteceu em 2007, quando o carro em que estavam dois espanhóis, um italiano e uma brasileira foi atingido por disparos feitos por policiais militares, após serem confundidos com criminosos em fuga. A decisão judicial aconteceu na última terça-feira (22).
O caso aconteceu na Avenida Raul Barbosa, quando o grupo voltava do Aeroporto de Fortaleza. Os policiais acharam que o carro era ocupado por suspeitos de roubar um caixa eletrônico. Já os turistas acharam que um tiroteio havia se iniciado no local, e tentaram sair da avenida, o que iniciou uma perseguição policial.
O turista italiano, que pilotava o carro, foi atingido no braço. Um dos disparos
atravessou a costela esquerda de um dos turistas espanhóis, atingindo a parte
superior do pulmão esquerdo até lesionar a medula. A bala se instalou na coluna
e ele ficou paraplégico. O Tribunal de Justiça do Ceará justificou a absolvição
dos acusados por “constatar a ocorrência da prescrição da pretensão punitiva
estatal”.
Os policiais absolvidos foram identificados como Luiz Ary da Silva Barbosa
Júnior, Antônio Eduardo Martins Maia e Francisco Emanuel Rodrigues Felipe. “Luiz
Ary e Antônio Eduardo foram condenados, cada um deles, a uma pena somada de 24
anos de reclusão, pela tentativa de quatro homicídios, ocorrida em abordagem
policial. Para a contagem do prazo prescricional, deve ser considerada a pena
aplicada de forma isolada para cada crime que, no referido caso, foi de 6 anos
por cada vítima”, disse o TJCE, em nota.
“Dessa forma, conforme determina a lei, a prescrição ocorreria em 12 anos. Na
data do julgamento do recurso, o prazo havia sido alcançado. A complexidade do
caso, que envolve número elevado de réus e vítimas, bem como a quantidade de
testemunhas e necessidade de provas periciais, impactam diretamente na conclusão
do processo”, complementou a Justiça cearense.