Avó e companheiro suspeitos de abandonar bebê morto por cães têm liberdade negada

avo-e-companheiro-suspeitos-de-abandonar-bebe-morto-por-caes-tem-liberdade-negada

Justiça nega liberdade a avó e companheiro suspeitos de abandonar bebê que
morreu após ataque de cães

Adolescente de 16 anos é apontada como mãe do recém-nascido encontrado chorando
e sendo atacado por cães em um terreno baldio em MG. O bebê morreu nesta
quarta-feira (23) no Hospital de Pronto-Socorro João XXIII, em Belo Horizonte,
depois de ficar quatro dias internado.

Recém-nascido foi encontrado abandonado e com partes do corpo amputadas em
terreno baldio e levado para o Hospital João XXIII, em Belo Horizonte. Após
quatro dias internado, ele não resistiu e morreu.

A Justiça decidiu, nesta quinta-feira (24), manter a prisão preventiva
[https://g1.globo.com/mg/minas-gerais/noticia/2025/04/20/converte-prisao-avo-suspeitos-abandonar-bebe-ampuatado-mg.ghtml]
da mãe e do padrasto da adolescente de 16 anos, suspeita de ser a mãe do
recém-nascido abandonado em um terreno baldio
[https://g1.globo.com/mg/minas-gerais/noticia/2025/04/20/avo-de-bebe-abandonado-no-interior-de-mg-e-presa-junto-com-o-marido-mae-adolescente-e-apreendida.ghtml]
na cidade de Angelândia, Região do Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais, no
último sábado (19).

O bebê morreu nesta quarta-feira (23) no Hospital de Pronto-Socorro João XXIII,
em Belo Horizonte, depois de ficar quatro dias internado. Ao ser encontrado, ele
tinha partes dos pés e da orelha amputados. Segundo testemunhas, os ferimentos
foram causados por cachorros que o atacaram após o abandono.

Após ouvir relatos de testemunhas e colher depoimentos dos suspeitos, a polícia
prendeu em flagrante a mulher, de 36 anos, e o marido dela, de 39, no último
domingo (20). Eles foram encaminhados para o presídio de Capelinha, cidade da
mesma região.

A defesa dos acusados entrou com pedido de liberdade provisória, que foi negado
pelo Juiz Bruno de Souza Viveiros da 1ª Vara Criminal do Tribunal do Júri da
Comarca de Capelinha. De acordo com o texto da decisão, os acusados tentaram
fugir e alterar a cena do crime.

> “Conforme relatado pelos policiais militares que diligenciaram na residência
> dos investigados, é possível concluir que houve uma tentativa de alteração da
> cena do crime, uma vez que, possivelmente, o quarto da adolescente foi limpo
> após os fatos, inclusive com a utilização de materiais de limpeza, o que, a
> princípio, poderia configurar uma tentativa de eliminar provas.”, consta na
decisão.

A adolescente de 16 anos, apontada como mãe do recém-nascido, foi apreendida no
domingo e segue hospitalizada com ferimentos causados pelo suposto parto feito
de maneira precária. Por decisão do Ministério Público de Minas Gerais, ela será
encaminhada ao sistema socioeducativo para internação por 45 dias quando receber
alta médica.

Segundo os policiais que atenderam a ocorrência, o bebê, do sexo masculino,
estava sendo atacado por cães no momento em que foi encontrado por dois
vizinhos. Eles espantaram os animais e chamaram a polícia.

No momento em que foi encontrado, o recém-nascido chorava muito e já tinha parte
da orelha e dos pés amputados. Ele foi encaminhado de helicóptero, em estado
grave, ao Hospital de Pronto-Socorro João XXIII, em Belo Horizonte, onde ficou
internado por quatro dias, mas não resistiu e morreu nesta quarta-feira (23).

Testemunhas disseram à polícia que a mãe e o padrasto da adolescente também
viram o bebê chorando no lote vago, na manhã de sábado, mas deixaram o local sem
prestar ajuda.

Os vizinhos também contaram à polícia que havia a suspeita de que adolescente
estava grávida, mas a família escondia a gravidez. Desde a noite de sexta-feira
(18), ouviram choros de bebê na vizinhança.

Após resgatar o bebê, policiais foram à casa da família suspeita, que não estava
no local. Segundo os policiais, a casa estava parcialmente aberta e, ao
entrarem, encontraram uma toalha com marcas grandes de sangue, no quarto
indicado como sendo da adolescente.

A família foi localizada na casa de parentes na zona rural da cidade. Aos
policiais, a adolescente, que usava uma cinta, negou que tivesse feito um parto.
Ela disse que usava a cinta apenas para afinar a cintura. Os policiais relataram
que a adolescente aparentava estar muito abalada. O padrasto e a mãe negaram
saber sobre a gravidez.

Os policiais encaminharam a adolescente para uma policlínica para fazer exame.
Segundo o laudo médico, ela “apresentava lacerações perineais e saída ativa de
sangue”. No exame de toque, foi constatado “colo de volume aumentado, anterior,
com orifício interno e externo dilatados, além de sangue”.

Em seguida, a adolescente foi apreendida por ato infracional análogo ao crime de
tentativa de homicídio qualificado. A mãe e o padrasto foram presos em flagrante
após prestar depoimentos. A Justiça converteu a prisão em preventiva
e eles seguem à disposição da Justiça no presídio de Capelinha.

🔔Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp