Cinco prédios residenciais em Fortaleza tiveram notificações por risco de desabamento emitidas pela Defesa Civil entre 2019 e 2024. Em comum, as edificações ficam em bairros nobres da capital e são administradas pela Construtora e Imobiliária SAD, alvo de reclamações de moradores por falhas na manutenção.
Conforme a Defesa Civil de Fortaleza, nenhum dos casos notificados envolveu risco alto e necessidade de interdição. Em lista confirmada pelo órgão, cinco prédios da construtora receberam notificações por risco de desabamento em um período de seis anos. Os prédios estão localizados em bairros como Aldeota, Meireles, Dionísio Torres, e Joaquim Távora.
Os relatos dos moradores apontam problemas graves nos prédios administrados pela construtora, incluindo elevadores constantemente quebrados, infiltrações, vazamentos de água e pedaços do revestimento externo caindo. Além disso, os inquilinos reclamam de aumentos abusivos nos preços, falta de água, infestações de pragas, ausência de respostas às reclamações e falta de transparência sobre as perspectivas de reparos.
A Defesa Civil de Fortaleza realiza vistorias nas edificações para identificar possíveis riscos de desabamento em diferentes níveis, como leve, médio, alto e crítico. O coronel Haroldo Gondim, coordenador da Defesa Civil, enfatiza que os riscos identificados não foram considerados críticos o suficiente para justificar a interdição dos imóveis. Os moradores podem acionar o órgão para novas vistorias se detectarem ausência de reparos.
A Construtora e Imobiliária SAD iniciou um processo de inspeção técnica em suas construções, com engenheiros civis especializados em patologias construtivas. A empresa afirma que os relatórios preliminares indicam não haver evidências de risco à segurança estrutural das edificações inspecionadas. Planos de ação para correção de eventuais patologias serão encaminhados à Defesa Civil.
Os moradores dos prédios administrados pela construtora enfrentam diversas dificuldades, desde problemas nos elevadores até infiltrações e vazamentos. As tentativas de resolver os problemas diretamente com a empresa ou imobiliária têm sido frustrantes para muitos inquilinos, que se sentem desamparados. A falta de transparência e a resistência em realizar reparos adequados têm gerado insatisfação e preocupação entre os residentes.