A juíza Hannah Dugan, do condado de Milwaukee, nos Estados Unidos, foi presa nesta sexta-feira, 25, sob a acusação de ter ajudado um imigrante em situação irregular a escapar da prisão, segundo o FBI. De acordo com a agência federal, ela enfrenta duas acusações formais por obstrução de justiça e ocultação de pessoa procurada.

A suspeita é de que Dugan tenha deliberadamente facilitado a fuga de Eduardo Flores-Ruiz, cidadão mexicano que estava em audiência de um caso de violência doméstica sob sua supervisão. Segundo a denúncia, a juíza teria conduzido o acusado por uma saída restrita do tribunal para evitar que fosse detido por agentes federais de imigração, que aguardavam do lado de fora da sala de audiência.

Flores-Ruiz já havia sido deportado dos EUA em 2013 e retornou ilegalmente ao país, sendo localizado após ter seus dados biométricos comparados com o registro do governo. A tentativa de prisão ocorreu após uma audiência pré-julgamento no tribunal de Dugan.

Relatos do tribunal apontam que a juíza teria demonstrado irritação ao ser informada da presença dos agentes e exigido que eles deixassem o local. Testemunhas afirmam que ela permitiu a saída de Flores-Ruiz e seu advogado por uma “porta do júri”, que dá acesso a áreas restritas do prédio.

O suspeito foi localizado do lado de fora da corte e tentou fugir a pé, mas acabou sendo detido pelos agentes federais.

Após sua prisão, Dugan foi levada sob custódia federal e liberada após audiência preliminar. O advogado da magistrada afirmou que ela “lamenta profundamente” o ocorrido e que sua prisão não foi justificada por risco à segurança pública.

O caso repercute em meio à intensificação da fiscalização de autoridades locais por parte do governo Trump em relação à aplicação das leis de imigração. O Departamento de Justiça declarou que irá investigar autoridades que, deliberadamente, se recusarem a colaborar com os agentes federais.