Mãe é incentivada pelo filho a ler para combater as telas e juntos enfrentam o câncer: uma história emocionante.

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Mãe incentiva filho pequeno a ler para evitar telas e é ajudada por ele ao descobrir câncer

O mês de abril conta com pelo menos três datas comemorativas aos livros e, agora, o Rio é Capital Mundial do Livro.

Aguilana e o filho, hoje com 12 anos — Foto: Arquivo pessoal

Abril é um mês recheado para leitores: são pelo menos três datas comemorativas em alusão aos livros. Para celebrar o Dia Mundial do Livro, comemorado na última quarta (23), o DE conta a história de uma mãe que, como muitas, queria que o filho passasse mais tempo lendo do que no celular. Acabou ganhando um aliado na luta contra o câncer.

O Rio de Janeiro se oficializou este mês como a Capital Mundial do Livro e segue o slogan “O Rio de Janeiro continua lendo” para promover seu calendário móvel de eventos e publicações – e até mesmo Bienal, que acontece em junho.

Aguiana Charnase, de 44 anos, é natural da Paraíba e veio para o RJ ainda criança. Ao longo da vida, ela teve pouco contato com livros e bibliotecas, mas desejava que o filho Julio Charnase da Silva Cezar tivesse uma relação diferente com a literatura.

Para ela, um dos principais motivos era afastá-lo das telas, mas acabou conseguindo muito mais. Quando Julio tinha 5 anos, ela encontrou uma unidade móvel do BiblioSesc perto da casa dela, em Piabetá, que fica em Magé.

Logo, a primeira ideia foi apresentá-lo ao local – e o menino ficou encantado. Foi assim que ela se recordou que desde os seis meses de nascido, o garoto já apresentava interesse por livrinhos de história.

“A biblioteca foi meu maior passo e a primeira que meu filho conheceu. O primeiro livro foi o pai dele que apresentou enquanto eu fazia comida, como uma forma de entretê-lo. Ali já plantou uma sementinha”, relembra Aguiana.

> “Ele hoje consegue largar o celular e ir ler um livro, sabe o que gosta de ler, é bom na escola e sinto que a leitura fez parte desse desenvolvimento dele”, afirma.

O filho de Aguilana aos 5 anos de idade — Foto: Arquivo pessoal

A paixão pela leitura cresceu e o menino, até hoje, é um ávido leitor. Mas a surpresa maior para Aguiana veio com a descoberta de um câncer.

Ela conta que começou o tratamento do câncer de mama três dias após perder o filho mais velho e, ainda muito enlutada, não tinha informações sobre a doença. Foi o garoto quem decidiu pesquisar para ajudar a mãe a entender pelo que ainda passaria.

> “Não tive tempo de viver o luto e não tive tempo de analisar que estava com câncer. E acabou sendo um processo leve, porque eu não conhecia. Ele que fez toda a pesquisa e foi me explicando”, conta a mãe.

“Eu achei muito importante ele conviver e saber todos os detalhes. As crianças hoje são muito inteligentes. Ele, minha outra filha e meu marido foram meus pilares, foram muito fortes”, destaca ela.

O rapazinho, que só tinha 9 anos, não só pesquisou sobre a doença, mas também sobre o tratamento, a cirurgia e o pós cirúrgico, dando o apoio que a mãe precisava naquele momento frágil.

Hoje, com 12, o adolescente continua com o hábito da leitura e a mãe está em remissão do câncer de mama, fazendo o acompanhamento de 6 em 6 meses.

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