Falta de mediadores escolares compromete inclusão de alunos com autismo em Serrinha: desafios e soluções

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A falta de mediadores escolares é um desafio significativo para a inclusão de alunos com autismo em Serrinha, de acordo com denúncias feitas por responsáveis. Pais de crianças e adolescentes com Transtorno do Espectro Autista (TEA) relataram ao g1 as diversas dificuldades enfrentadas.

A ausência de mediadores escolares municipais tem sido um entrave para o acesso à educação de crianças e adolescentes com TEA na cidade de Serrinha, situada a cerca de 70 km de Feira de Santana. Conforme relatos de famílias ao g1, a falta desses profissionais, fundamentais para oferecer suporte individualizado em sala de aula, tem resultado em alunos ausentes da escola por vários dias.

Leiane Ramos, mãe de uma criança de 10 anos com TEA, compartilhou ao g1 a dificuldade que enfrentou quando a mediadora de seu filho deixou de atuar repentinamente. Ela destaca o impacto negativo que essa interrupção trouxe para a rotina de seu filho, que ficou duas semanas sem frequentar a escola. A Secretaria da Educação prometeu indicar outra mediadora, mas a situação evidencia a relevância desses profissionais para a educação das crianças autistas.

O Ministério da Saúde define o Transtorno do Espectro Autista (TEA) como um problema no desenvolvimento neurológico que prejudica a organização de pensamentos, sentimentos e emoções. Caracterizado por dificuldades de comunicação, falta de domínio da linguagem, dificuldade de socialização e comportamentos limitados e repetitivos, o TEA demanda atenção especializada.

Neuildes Nascimento, fundadora da Associação de Mães, Pais e Amigos dos Autistas de Serrinha, destaca os desafios enfrentados para garantir direitos básicos a seus filhos com TEA. Ela denuncia falhas na aplicação da Lei Brasileira de Inclusão, incluindo a ausência de mediadores, professores sem preparo e estruturas inadequadas nas escolas da cidade.

A superlotação das salas de aula é outro obstáculo apontado por Neuildes para a inclusão adequada de alunos com autismo. Ela ressalta que a falta de auxiliares de apoio impacta diretamente no desenvolvimento educacional das crianças, que muitas vezes não conseguem acompanhar o ritmo das atividades.

A Prefeitura de Serrinha informa que já contratou 429 mediadores educacionais até abril de 2025. No entanto, destaca que ainda falta preencher 10% do total necessário. O município reconhece a importância desses profissionais para a inclusão dos estudantes com TEA, mas aponta obstáculos como matrículas tardias e falta de profissionais qualificados que dificultam a contratação.

A seleção dos mediadores educacionais ocorre por meio de cadastro online divulgado nas redes sociais da administração municipal. Apesar da deficiência na quantidade de profissionais necessários, a gestão destaca as formações pedagógicas periódicas com foco em diferentes áreas da deficiência como uma estratégia para aprimorar a qualidade do atendimento.

A atenção às necessidades de alunos com TEA em Serrinha ainda é um desafio. A ausência de profissionais especializados, estruturas inadequadas e falta de suporte multidisciplinar comprometem o diagnóstico, acompanhamento e tratamento adequado dessas pessoas na cidade. A mobilização da sociedade e a cobrança por melhores condições de educação são essenciais para garantir a inclusão e o desenvolvimento pleno de indivíduos com autismo.

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