1,8 mil alunos e rendimento maior em português que matemática: veja raio x de
escolas que terão modelo cívico-militar na região
Lista inclui unidades de quatro cidades da área de cobertura do DE Piracicaba;
veja quais são.
1 de 1 Escola Estadual Edson Rontani, em Piracicaba, é uma das unidades que adotará o modelo — Foto: Eduardo Marins/ EPTV
Escola Estadual Edson Rontani, em Piracicaba, é uma das unidades que adotará o
modelo — Foto: Eduardo Marins/ EPTV
As cinco escolas da região de Piracicaba (SP) que vão adotar o modelo
cívico-militar
a partir do 2º semestre deste ano somam 1,8 mil alunos que, no geral, têm melhor
rendimento em português que em matemática.
O modelo de escola proposto pelo governo mescla a presença de militares – que
cuidarão da disciplina dos alunos – e de profissionais da educação, que serão
responsáveis pelo conteúdo passado nas salas de aula.
A implantação do programa chegou a ser suspensa pelo Tribunal de Justiça do
Estado (TJ-SP) em agosto de 2024, após ação do Sindicato dos professores da rede estadual de São Paulo (Apeoesp),
mas o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes derrubou a
liminar três meses depois.
DE preparou um raio x das cinco unidades a partir de índices e outros dados
oficiais. Confira a seguir:
No ano passado, foram realizadas três rodadas de consulta pública com 302
comunidades que manifestaram interesse no modelo.
Como 132 comunidades aprovaram a implantação, número foi superior à meta de 100
escolas previstas para 2025, a Seduc-SP adotou critérios de seleção. Entre eles:
existência de pelo menos uma escola por município, o índice paulista de
vulnerabilidade social (IPVS) e o resultado no Índice de Desenvolvimento da
Educação do Estado de São Paulo (Idesp).
Agora, foram definidas as 100 escolas que iniciarão as atividades a partir do 2º
semestre. A previsão é que cerca de 50 mil estudantes frequentem as unidades que
vão adotar o modelo.
COMO FOI A VOTAÇÃO
Segundo o governo estadual, tiveram direito a voto mãe, pai ou responsável pelos
alunos menores de 16 anos de idade; estudantes a partir de 16 anos de idade, ou
seus familiares, em caso de abstenção de alunos dessa faixa etária; e
professores e outros profissionais da equipe escolar.
A votação a favor do modelo foi contabilizada quando a escola alcançou o quórum
mínimo (50% + um) e registrou, pelo menos, 50% + um dos votos válidos.
Cada voto foi computado apenas uma vez. Ou seja, as unidades que tiverem 2ª e 3ª
rodadas só puderam contar com os votos de quem não votou na rodada anterior.
No total, foram computados mais de 106 mil votos da comunidade escolar. Dos
quais 87% a favor da implantação do programa. Três escolas aprovaram a proposta
com 100% dos votos válidos.
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COMO VAI FUNCIONAR
De acordo com o projeto de lei que criou o programa, as atividades
extracurriculares desses colégios serão de responsabilidade dos militares e
devem ser formuladas por colaboração da Secretaria da Educação com a Secretaria
da Segurança Pública.
Segundo o texto, essas atividades devem seguir “valores cidadãos, como civismo,
dedicação, excelência, honestidade e respeito” e “habilidades que preparem o
aluno para o exercício consciente da cidadania”.
Responsabilidades do governo:
– apoiar financeiramente a execução e a implementação do Programa;
– selecionar as escolas participantes (levando em consideração a vontade da
comunidade escolar);
– conscientizar a população sobre “a importância da implementação das Escolas
Cívico-Militares”;
– prestar apoio técnico e financeiro aos colégios participantes;
– ofertar conhecimento adicional para os profissionais das instituições;
– monitorar e avaliar as escolas participantes do programa;
– realizar o processo seletivo dos policiais militares que irão atuar como
monitores (para isso, devem consultar a SSP);
– definir as diretrizes pedagógicas e a orientação das escolas do programa;
– decidir quanto às demissões dos profissionais que atuarão nos colégios;
– compra de uniformes para os funcionários.
Responsabilidades das escolas:
– implementar o Programa Escola Cívico-Militar de acordo com as normas
propostas pela Seduc e garantir as condições para isso;
– garantir a qualidade do processo educacional;
– prestar informações à Diretoria de Ensino e Secretaria de Educação sobre a
execução do programa;
– se certificar de que os princípios éticos, respeito aos direitos humanos, a
proteção à dignidade humana, o zelo pelos direitos fundamentais de toda a
comunidade escolar e o respeito à diversidade não estão sendo feridos.
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