O descarte correto do lixo ajuda a contribuir não apenas para uma cidade mais limpa, mas também para um ambiente salubre de convivência. Em um ambiente onde o lixo é jogado em lugar inapropriado, há aumento de doenças, com a proliferação de vetores que espalham as enfermidades, como o Aedes aegypti , causador de doenças como dengue, zika, chikungunya e febre amarela, e ratos, que podem levar à leptospirose e hantavirose.
Além disso, o lixo acumulado em lugares inapropriados contribui para o aparecimento de outros animais peçonhentos que causam risco à saúde, como escorpiões e até cobras. Outro ponto nocivo do lixo em lugares inapropriados é a contaminação dos lençóis freáticos, lagos, rios e corpos d’água em geral. Isso pode prejudicar a fauna aquática do local e, em situações mais severas, pode afetar até mesmo o abastecimento público, devido ao fato de a água se tornar imprópria para o consumo.
A gerente de Vigilância de Doenças e Agravos Transmissíveis (Gedat) da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), Flaviane Lemos Ribeiro, destaca que as enfermidades que podem surgir com o descarte incorreto do lixo causam sérios problemas de saúde e, nos casos mais graves, podem levar à morte.
“O acúmulo do lixo na zona urbana favorece a ocorrência de doenças transmitidas por roedores, como a leptospirose, uma doença febril aguda, muito debilitante, que exige atendimento médico em caráter de urgência e tratamento oportuno e adequado. Também doenças transmitidas pelo Aedes aegypti, como a dengue, que pode evoluir com sinais de alarme e gravidade e risco de morte; a chikungunya, que pode se cronificar e comprometer as atividades cotidianas e profissionais do indivíduo doente; e a zika, que pode causar uma síndrome congênita, com repercussões sérias na qualidade de vida das crianças acometidas por essa doença”, destaca.
O gerente de Controle de Animais Sinantrópicos da SMS e biólogo, Daniel Graziani, corrobora que estamos em um cenário alarmante de circulação simultânea de diversas arboviroses transmitidas pelo Aedes aegypti e destaca que o lixo doméstico pode contribuir para o armazenamento de água, fator primordial para a reprodução de larvas do mosquito. “Uma simples tampinha de refrigerante pode armazenar até cem ovos e pode restabelecer toda uma população de mosquitos para a próxima estação chuvosa. Esses ovos podem sobreviver secos no ambiente por até um ano”, afirma.
Flaviane pontua ainda que o lixo também contribui para doenças diarreicas agudas, pela ingestão de água e alimentos contaminados. “Essas doenças podem evoluir sob a forma de surtos, atingindo muitas pessoas ao mesmo tempo, com risco de desidratação grave e necessidade de hidratação intravenosa. Além disso, há a hepatite pelo vírus A, que também está relacionada à ingestão de água e alimentos contaminados, e que pode evoluir com grave comprometimento da função hepática, caracterizando uma hepatite fulminante que pode exigir até transplante de fígado”, complementa.
Daniel destaca que a participação da população nesse processo de manter uma cidade limpa é de extrema importância. Segundo ele, essa ação causa um efeito cascata quando falamos em prevenção. “A eficácia para o controle do vetor depende de múltiplas medidas, dependendo de ações do poder público para aplicação adequada de larvicidas e adulticidas e, principalmente, com foco em eliminar os criadouros do mosquito. Isso só será possível com o comprometimento da população na limpeza de suas casas e na eliminação adequada do lixo doméstico. Somente dessa forma Goiânia reduzirá os casos de dengue e outras arboviroses e, consequentemente, a sobrecarga causada por essas doenças nos serviços de urgência e emergência.”
Educação ambiental
É importante entender que o descarte consciente leva em consideração o tipo de lixo que se forma e como ele é jogado fora. Por isso, as pessoas precisam se conscientizar para não fazer esse descarte em qualquer lugar. Por exemplo, quando se fala em lixo doméstico, muitas pessoas ainda não têm a iniciativa de fazer a separação dos itens que podem ou não ser reciclados, o que facilita muito a coleta seletiva e, posteriormente, o trabalho em cooperativas de reciclagem.
Goiânia já conta com o serviço, que atende todas as regiões em dias alternados. A tecnologia tem sido uma aliada na solicitação e na obtenção de informações precisas sobre os serviços oferecidos. É possível saber quais dias a coleta seletiva passa na sua casa, por exemplo, neste link. Já neste link é possível verificar quais as datas em que a coleta domiciliar passa na rua em que mora. Os links contam com mapas de Goiânia, separados por região e, ao clicar na sua localidade, além dos dias, você consegue saber também o turno em que o caminhão passa.
A tecnologia também contribui para uma resposta rápida no serviço de Cata-Treco, que é voltado para pegar móveis, eletrodomésticos e outros produtos volumosos que estão sem utilidade em casa, e que podem ser esconderijos de vetores de várias doenças. Ao acessar o site da Prefeitura, você terá acesso ao banner sobre o agendamento do serviço. Você segue o passo a passo e receberá a confirmação por e-mail. Após isso, aguarde o contato das atendentes do serviço, que agendarão o dia e horário para a retirada do produto. O serviço também pode ser solicitado pelo telefone/WhatsApp (62) 3093-9223.
Campanha educativa
As ações andam concomitantemente com a campanha educativa “A cidade é sua casa. Cuide bem dela”, que tem o objetivo de conscientizar os goianienses sobre a responsabilidade coletiva na manutenção da cidade. “Tratar a cidade com respeito é um gesto de cuidado com o próximo e com o meio ambiente”, destaca o prefeito Sandro Mabel.