O cardeal italiano Giovanni Angelo Becciu, condenado por peculato e destituído de seus privilégios pelo papa Francisco, desistiu de participar do conclave que elegerá o novo pontífice. A decisão foi divulgada pela imprensa italiana na última segunda-feira, 28. Com 76 anos, Becciu afirmava que poderia participar da votação, apesar de não estar na lista oficial de eleitores, alegando que o papa havia garantido que seus direitos como cardeal eram vitalícios.
O cardeal Pietro Parolin, secretário de Estado de Francisco, apresentou a Becciu dois documentos assinados pelo pontífice argentino, confirmando que ele não poderia participar do conclave. A primeira carta é de 2023, e a outra é recente, conforme reportou o jornal Domani. Parolin também mostrou esses documentos aos cardeais que se reuniram para preparar o conclave.
Influência de Becciu
Becciu foi uma figura influente no Vaticano, atuando como conselheiro de Francisco e sendo considerado um possível sucessor. Entretanto, ele perdeu espaço na Igreja após um escândalo financeiro relacionado à compra de um imóvel de luxo em Londres. Em 2020, Becciu renunciou aos direitos ligados ao cardinalato após ser alvo de uma investigação sobre irregularidades. Em dezembro de 2023, foi condenado a cinco anos e seis meses de prisão pelo Tribunal do Vaticano por peculato e abuso de poder.
O conclave para eleger o novo papa começará em 7 de maio. A decisão de Becciu de desistir foi elogiada pelo Vaticano, que agradeceu o gesto como um ato pelo bem da Igreja. Becciu afirmou que decidiu “obedecer” à decisão da Igreja para contribuir com a comunhão e a serenidade do conclave.