O deputado bolsonarista Gilvan da Federal (PL-ES) gerou mais uma confusão na Comissão de Segurança Pública da Câmara na terça-feira, 29. Ele, que desejou a morte do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), chamou Lula de “descondenado” durante um debate com o ministro Ricardo Lewandowski, além de acusá-lo de corrupção. Isso provocou a reação imediata do líder do PT, Lindbergh Farias (RJ).

Lindbergh utilizou o artigo 73 do regimento interno da Câmara para criticar as declarações “injuriosas” de Gilvan, chamando-o de “desqualificado”. Ele lembrou que Gilvan havia dito anteriormente: “Quero mais é que o Lula morra! Tomara que tenha um ataque cardíaco”. A tensão aumentou a ponto de a sessão ser interrompida, necessitando da intervenção da Polícia Legislativa para evitar agressões físicas.

A Advocacia-Geral da União requisitou à Procuradoria-Geral da República e à Polícia Federal que investiguem as declarações de Gilvan, feitas em 8/4, quando apresentava um projeto para desarmar a guarda presidencial. Embora tenha pedido desculpas (“um cristão não deve desejar a morte”), Gilvan perseverou nas críticas, afirmando que “Lula deveria estar preso pelos crimes contra o país”.

O presidente da comissão, Paulo Bilynskyj (PL-SP), considerou inadequada a conduta de Lindbergh ao aproveitar a questão regimental para provocá-lo. Após um intervalo para o almoço, a sessão foi retomada sem novos incidentes sérios.