Sonho de ser pesquisador e 43h de estudo semanais: quem é o único estudante de
SP premiado em Olimpíada Internacional de Química
Com 16 anos, aluno do interior de São Paulo integrou a delegação brasileira na
IMChO 2025 e se destacou com medalha de bronze na competição.
43 horas de estudo por semana: quem é o único estudante de SP premiado em
Olimpíada Internacional de Química — Foto: Arquivo pessoal
Entre oito brasileiros premiados na 59ª edição da Olimpíada Internacional de
Química Mendeleev (IMChO 2025), o estudante Daniel Suda, de 16 anos, foi o único
paulista a receber uma medalha na competição.
A prova, reconhecida pela Unesco, reuniu cerca de 200 alunos do ensino médio de
40 países entre os dias 4 e 12 de maio, em Belo Horizonte (MG).
Essa é a primeira vez que o exame aconteceu no Ocidente.
Natural de Valinhos (SP), Daniel foi um dos 15 estudantes da delegação brasileira — quatro deles de São Paulo, e levou para
casa uma medalha de bronze. Para isso, contou com esforço e dedicação. “Eu
estudo por volta de 43 horas por semana quando me preparo para as Olimpíadas”, contou.
Além da rotina de estudos, ele destaca o papel essencial da escola e dos
professores, “Tive apoio imenso dos meus professores e de toda a estrutura do
meu colégio. Essa conquista é minha, mas também deles”, diz, ressaltando o apoio
da escola para se preparar para as provas práticas.
A seleção brasileira este ano foi ampliada, devido à realização da IMChO no
Brasil, o que aumentou a expectativa por bons resultados. Daniel diz se sentir
honrado, mas também pressionado.
> “Fiquei muito feliz em fazer parte do time brasileiro. Era algo que eu buscava
> há muito tempo. Mas, como foi no Brasil e a equipe foi maior, havia uma
> pressão maior por resultados também.”
O processo de preparação, segundo ele, exigiu mais do que nas demais olimpíadas.
“Os conteúdos cobrados na IMChO são muito diferentes das outras olimpíadas,
especialmente em Química Inorgânica. E a seleção foi feita pouco antes da prova,
então tivemos pouco tempo para nos adaptar”, explica.
Com pensamentos de futuro, Daniel já começa a traçar planos para a vida
acadêmica e profissional. Apaixonado por ciências exatas e naturais, ele vê na
pesquisa uma forma de transformar esses interesses em carreira.
> “Sempre tive vontade de ser pesquisador e seguir na carreira acadêmica. Além
> da química, gosto muito de matemática, física e biologia. Quero conseguir unir
> essas áreas na minha formação.”
Com um currículo de várias premiações, Daniel já havia participado de diversas
olimpíadas nacionais. “Conquistei ouro e prata na Olimpíada Brasileira de
Química, além de medalhas nas Olimpíadas de Física, Biologia, Ciências e até de
Matemática”, relata.
A IMChO exige dos participantes um alto nível de preparação em áreas como
química orgânica, inorgânica, analítica, físico-química e ciências da vida, com
duas provas teóricas e uma prática.
Na edição 2025, foram distribuídas 113 medalhas de bronze, 57 de prata e 19 de
ouro, além de certificados e o prestigiado Prêmio Acadêmico Valery Lunin, com
premiação financeira.