Casos de machismo: jogadoras de Bragantino e São Paulo protestam contra árbitro

casos-de-machismo3A-jogadoras-de-bragantino-e-sao-paulo-protestam-contra-arbitro

VÍDEO: jogadora do Bragantino pediu paralisação de jogo após relatar machismo do
árbitro, mas foi ignorada

Stella Terra, do Massa Bruta, e Aline Milene, do São Paulo, afirmam que ouviram
falas machistas durante um duelo entre as equipes nesta quinta-feira, 15, pelo
Campeonato Paulista

Jogadoras de Bragantino e São Paulo protestam contra árbitro por falas machistas
[https://s02.video.glbimg.com/x240/13604405.jpg]

Jogadoras de Bragantino e São Paulo protestam contra árbitro por falas machistas

Stella Terra, jogadora do Red Bull Bragantino
[https://globoesporte.globo.com/sp/vale-do-paraiba-regiao/futebol/times/bragantino/]
que denunciou um caso de machismo do árbitro
[https://ge.globo.com/sp/vale-do-paraiba-regiao/futebol/futebol-feminino/noticia/2025/05/15/jogadoras-de-bragantino-e-sao-paulo-relatam-machismo-de-arbitragem-em-jogo-do-paulistao-feminino.ghtml]
do duelo do Massa Bruta contra o São Paulo
[https://globoesporte.globo.com/futebol/times/sao-paulo/] pelo Paulistão, na
noite desta quinta-feira, 15, chegou a pedir a paralisação da partida após o
caso, mas foi ignorada pelo juiz.

Tanto Stella quanto as jogadoras do São Paulo afirmam que o árbitro Juliano José
Alves Rodrigues proferiu falas machistas durante o jogo.

Imagens da transmissão (assista acima) mostram que a atleta do Massa Bruta
ergueu os braços para pedir a paralisação da partida, antes de uma cobrança de
falta, aos 20 minutos do primeiro tempo.

Stella Terra, do Bragantino, em partida contra o São Paulo — Foto:
Anderson Lira/Ag. Paulistão

Stella Terra, do Bragantino, em partida contra o São Paulo — Foto: Anderson
Lira/Ag. Paulistão

O sinal feito por Stella segue um novo protocolo da Federação Paulista de
Futebol que determina que o árbitro interrompa o jogo quando for avisado de atos
de racismo e discriminação.

Apesar disso, Juliano José Alves Rodrigues continuou o jogo. Na súmula, ele não
relatou o caso:

– NADA HOUVE ANORMAL – ESCREVEU O ÁRBITRO NO DOCUMENTO.

As imagens da transmissão também mostram Stella reproduzindo o que ouvir de
Juliano:

– FALANDO QUE VAI ME PEGAR, TÁ? PARA TODO MUNDO OUVIR AQUI – DISSE A JOGADORA,
SEGUNDOS ANTES DE PEDIR A PARALISAÇÃO DA PARTIDA.

A jogadora teve o apoio das outras atletas que estavam em campo, inclusive as do
São Paulo. Depois do jogo, ela se manifestou nas redes sociais:

– Precisamos falar. Não cabe mais nos calarmos, mas, mais do que isso,
precisamos ser ouvidas. Espero de coração que medidas sejam tomadas, não só por
mim, mas por inúmeras mulheres e crianças que praticam esse esporte, que lutam
diariamente para conquistar o seu espaço e ter o devido respeito – escreveu.

O CASO

As jogadoras Stella Terra, do Red Bull Bragantino, e Aline Milene, do São Paulo,
relataram casos de machismo da arbitragem da partida entre as equipes nesta
quinta-feira, 15, pela segunda rodada do Paulistão Feminino.

Stella Terra, do Bragantino, em partida contra o São Paulo — Foto:
Anderson Lira/Ag. Paulistão

Stella Terra, do Bragantino, em partida contra o São Paulo — Foto: Anderson
Lira/Ag. Paulistão

Segundo as atletas, o árbitro Juliano José Alves Rodrigues teria proferido falas
machistas contra atletas de ambas equipes durante o jogo. Aos 20 minutos do
segundo tempo, antes de uma cobrança de falta a favor do Bragantino, as imagens
da transmissão mostraram Stella erguendo os braços e fazendo o gesto para
denunciar o caso.

– O meu episódio foi um dos que aconteceu. Ele virou para mim e disse: “na hora
certa, vou te pegar”. Trouxe a Aline (Milene) aqui porque elas viram e ouviram.
Não é questão de “ah, estava perdendo”. Todo mundo ouviu falas preconceituosas,
machistas, com o Red Bull bragantino, com jogadoras do São Paulo. Fiz o sinal. A
Federação adotou o protocolo de, em qualquer momento de algum preconceito, fazer
o sinal. Nada aconteceu. Uma situação muito triste. Medidas tem que ser tomadas
– disse Stella Terra em entrevista à TNT Sport após a partida.

– Não pode isso acontecer no futebol feminino. Quando os homens vem apitar,
acham que podem falar como bem entendem. Tem que ter respeito. Sofri a mesma
coisa ali. Falou que iria dar falta quando quiser. Não é assim, tem que ter
respeito. Quando a Stella faz esse gesto, falei para parar (o jogo). Não é desse
jeito que tem visto. A Federação faz um trabalho grande para uma coisa dessa
acontecer? Ambiente tem que ser respeitoso – afirmou Aline Milena.

FEDERAÇÃO DIZ QUE VAI APURAR O CASO

Por meio de nota, a Federação Paulista de Futebol afirmou que o caso será
apurado e que não tolera atitudes preconceituosas. Veja abaixo a nota na
íntegra:

“A Federação Paulista de Futebol informa que recebeu com atenção e seriedade os
relatos das atletas Stella, do Red Bull Bragantino, e Aline Milene, do São
Paulo, após a partida entre as duas equipes realizada nesta quinta-feira (15),
pelo Paulistão Feminino Sicredi.

A FPF não tolera, sob nenhuma circunstância, atitudes preconceituosas,
discriminatórias ou desrespeitosas dentro ou fora de campo. Toda manifestação
contrária aos valores de igualdade, respeito e integridade será apurada com
rigor.

Acolhemos as manifestações das atletas com o devido respeito e já iniciamos uma
apuração detalhada dos fatos. O futebol paulista é e deve ser um espaço seguro,
inclusivo e respeitoso para todas as pessoas envolvidas.”

CLUBES APOIAM ATLETAS

Bragantino e São Paulo também emitiram notas de apoio às atletas e repúdio ao
preconceito.

Veja abaixo a nota do Bragantino:

“O Red Bull Bragantino apoia e se solidariza com as denúncias feitas pela nossa
atleta, Stella Terra, e pela jogadora do São Paulo Futebol Clube, Aline Milene,
contra atos de machismo da arbitragem do jogo entre as equipes, pela Paulistão
Feminino.

Nosso clube sempre prezou pelo respeito e dignidade para que as mulheres tenham
o direito de exercer seu trabalho com profissionalismo, seja dentro ou fora de
campo.

Repudiamos toda e qualquer atitude discriminatória e esperamos, com atenção, a
apuração dos fatos pela Federação Paulista de Futebol.”

Veja abaixo a nota do São Paulo:

“O São Paulo Futebol Clube se solidariza e se une à equipe do Red Bull
Bragantino em repúdio a atos machistas vindos da arbitragem, na partida de hoje
(15), entre as equipes, pelo Campeonato Paulista Feminino.

É com a valentia e a força de mulheres que trabalham diariamente para ganhar
espaço, que reforçamos que não aceitamos conviver com machismo e ofensas no
futebol feminino. Regras são para serem cumpridas.

O São Paulo não tolera tais atitudes, e sempre apoiará o respeito,
profissionalismo e direitos do Futebol Feminino.

Ressaltamos que o Tricolor confia na apuração dos responsáveis, certo de que a
justiça será feita.

Às atletas, o nosso apoio.”

🔔Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp