Acordo pela Eldorado impulsiona J&F como maior grupo empresarial do Brasil
Com faturamento de R$ 434 bilhões em 2024, holding dos irmãos Batista emprega mais de 300 mil funcionários em 8 segmentos de atuação; veja números
Após mais de 8 anos de disputa, a maior briga de empresas do país terminou na quinta-feira (15) com a compra da totalidade da Eldorado Celulose Brasil pela J&F por mais de R$ 15 bilhões.
A vitória ajuda a consolidar a holding dos irmãos Batista como o maior grupo empresarial do Brasil, com faturamento de R$ 434 bilhões em 2024 e R$ 340 bilhões em ativos.
“O encerramento dessa disputa é muito importante para a J&F porque nos permite focar totalmente nos negócios, que é o que sabemos fazer de melhor. Ao resolver esse litígio de maneira amigável, abrimos um novo capítulo na história da Eldorado”, afirmou, com exclusividade à CNN, Aguinaldo Filho, presidente da J&F.
O fim do conflito que durou quase uma década trouxe otimismo ao mercado, que passa a apostar na ampliação de investimentos dentro do setor de celulose, enquanto a empresa analisa novas oportunidades.
“A venda da participação da Paper Excellence de volta para a J&F deve destravar o apetite da Eldorado por investimentos. Agora, a expectativa é que a Eldorado busque recuperar o tempo perdido, entrando de forma mais ativa no mercado de M&A”, afirmou Daniel Gildin, sócio da Fortezza Partners.
Além do setor de celulose, a J&F está posicionada e consolidada em diversos outros segmentos. São eles: alimentos, mineração, energia, cosméticos e limpeza, ecossistema financeiro e comunicação.
A holding buscou na última década se fortalecer as áreas em que já é líder global, como a de proteína animal, mas também aumentar a posição em setores que historicamente são rentáveis ao Brasil, como mineração e celulose.
Essa diversificação tem um papel importante no negócio que é mitigar riscos. A holding está exposta a commodities, mas também à tecnologia, financeiro e outros. Então, quando um deles vai mal, os outros podem compensar certo desempenho mais baixo. E agora o aumento na posição do setor de celulose fortalece essa diversificação”, disse Arthur Horta, analista de investimentos da GTF Capital.