O ex-roupeiro do Arsenal, Mark Bonnick, entrou com um processo contra o clube inglês alegando demissão injusta. Segundo ele, a dispensa ocorreu após a publicação de comentários críticos a Israel em sua conta pessoal na plataforma X (antigo Twitter).
Bonnick, de 61 anos, trabalhou por mais de duas décadas no Arsenal e foi desligado em 24 de dezembro de 2024, após uma investigação interna motivada por suas postagens, que criticavam o governo israelense e o sionismo. As publicações, feitas em uma conta que exibia seu nome e foto, mencionavam termos como “supremacia judaica” e “limpeza étnica”.
O ex-funcionário afirma que suas opiniões foram mal interpretadas e que sua demissão decorre de uma campanha coordenada por usuários pró-Israel nas redes sociais. “Quero que reconheçam que o que me fizeram está errado e que não me deviam ter despedido”, declarou Bonnick ao jornal The Guardian. “Acredito em defender o que está certo, especialmente em casos de injustiça, e tenho opiniões fortes sobre aquilo que Israel está a fazer a Gaza.”
Em nota, o Arsenal justificou a decisão afirmando que as postagens causaram “danos reputacionais” ao clube. Apesar de terem sido feitas em um perfil pessoal, a diretoria alegou que a conta era pública e deixava clara a vinculação de Bonnick ao time, contrariando as diretrizes internas da instituição.
O caso conta com apoio do European Legal Support Center, que ofereceu assistência jurídica a Bonnick. O advogado Franck Magennis, responsável por sua defesa, argumenta que o ex-roupeiro tem direito de manifestar suas convicções antissionistas e que sua demissão representa uma forma de censura política.