Desde 2022, 70 trabalhadores paraguaios foram resgatados, em condições análogas à escravidão, de quatro fábricas clandestinas de cigarro no Rio de Janeiro em operações das polícias Civil, Federal, e do Ministério Público do Trabalho. Essas ações revelaram a crueldade imposta aos operários nas mãos da máfia do cigarro, liderada por Adilson Oliveira Coutinho Filho, mais conhecido como Adilsinho.
As investigações levaram à operação Libertatis 2, desvendando o esquema criminoso por trás da produção de cigarros de forma clandestina em larga escala. A quadrilha liderada por Adilsinho transformou o mercado ao produzir a mercadoria em diferentes fábricas por todo o país, envolvendo mão-de-obra ilegal paraguaia e insumos contrabandeados.
O recrutamento dos trabalhadores paraguaios era conduzido por Francisco Ojeda Gomez, o Nico, que prometia empregos atrativos em São Paulo, porém entregava condições de escravidão. Nico buscava vítimas vulneráveis que, em sua maioria, já tinham experiência na fabricação de cigarros, facilitando o processo ilegal de produção nas fábricas controladas pela quadrilha de Adilsinho.
No entanto, a realidade dos trabalhadores resgatados era cruel e desumana. Eles eram submetidos a longas jornadas de trabalho, sem folgas, em alojamentos precários e vigiados por seguranças armados. A promessa de salários atrativos era apenas um disfarce para atrair os paraguaios e explorá-los em um ambiente perigoso e ilegal.
A operação Libertatis 2 resultou na prisão de 12 pessoas, mas tanto Nico quanto Adilsinho continuam foragidos. A Justiça Federal expediu mandados de prisão e busca para os envolvidos nesse esquema criminoso, mostrando a gravidade do crime de tráfico de pessoas e trabalho escravo.
O Ministério Público Federal destacou a sofisticada rede logística envolvida na manutenção desse negócio ilícito, revelando a complexidade e organização por trás das fábricas clandestinas de cigarro. A investigação contou com o apoio de diversos órgãos governamentais no combate a esse crime hediondo, que explora a vulnerabilidade e a falta de perspectivas de trabalhadores inocentes.
É fundamental continuar desmantelando esquemas como o da máfia do cigarro, garantindo a liberdade e a dignidade dos trabalhadores envolvidos. A sociedade precisa estar atenta e unida contra crimes tão graves que ferem os direitos humanos e a justiça social. A operação Libertatis 2 é apenas um passo nessa luta contra a exploração e o tráfico de pessoas no Brasil.