Como drones de alta tecnologia ajudaram a identificar tornados em Santa Catarina
Equipamentos chegaram ao estado em 7 de maio e já foram usados nos fenômenos de Palmitos e Santo Amaro da Imperatriz, dois dias depois.
Zoom, voo na chuva, resistência a ventos e maior tempo de voo. Essas são algumas das características dos novos drones disponíveis na Defesa Civil de Santa Catarina que ajudaram a identificar, com mais rapidez, dois tornados no início do mês: em Palmitos, no Oeste, e Santo Amaro da Imperatriz, na Grande Florianópolis.
Os fenômenos aconteceram no mesmo dia, em 9 de maio, durante temporais. Em Palmitos, foi registrada uma morte, de um homem atingido por uma árvore.
Os drones foram fundamentais para dar rapidez à identificação dos fenômenos. Veja a cronologia: drones foram entregues; tornados aconteceram em Palmitos e Santo Amaro da Imperatriz; tornado identificado em Palmitos; tornado identificado em Santo Amaro da Imperatriz.
MUITO MAIS TECNOLOGIA
A Defesa Civil catarinense usa drones desde 2018, declarou o gerente Territorial e Urbano com Resiliência da instituição, Matheus Klein. Esses primeiros equipamentos já auxiliavam o trabalho do órgão.
“Eles eram muito utilizados principalmente para vistorias de deslizamentos, de áreas de inundação e também de queda de pontes, para dar o suporte para a equipe técnica para que a gente pudesse fazer a recuperação muito mais rápido”, explicou o gerente.
A diferença desses primeiros drones para os novos, porém, é “gritante”, segundo Klein. Isso porque os novos aparelhos possuem muito mais tecnologia.
As possibilidades dos novos drones, também em comparação com gerações anteriores, incluem: fotos e vídeos em alta definição; três câmeras; voos de até 45 minutos; maior zoom, com 200 vezes de alcance; resistência a ventos de até 60 km/h; visão térmica; voo na chuva.
Além dos próprios drones, a Defesa Civil recebeu baterias, que permitem estender ainda mais os voos.
Árvore arrancada e casa com estragos após tornado em Palmitos, SC — Foto: Defesa Civil/Divulgação
COMO OS NOVOS DRONES AJUDAM NA IDENTIFICAÇÃO DE TORNADOS?
O gerente explicou que, para fazer a identificação, é preciso uma visão aérea do local. “Nos tornados e em vendavais, por exemplo, para a gente ter a certeza e para gente conseguir identificar esse tipo de evento, a gente precisa ter uma visão mais de cima, que antigamente era feita com helicópteros”.
O fato de o drone ser resistente à chuva e a rajadas de até 60 km/h auxilia na rapidez de identificação do fenômeno. “A gente pode adentrar no período, não necessariamente no momento do tornado, mas é ter essa celeridade, não precisar ter um dia limpo para poder voar”, elaborou.
Além da identificação de tornados, os drones são usados, principalmente, no mapeamento de área, conforme o gerente. E, para esses casos, os equipamentos trabalham em parte so…
Klein explicou que os drones trazem rapidez na identificação, mas que o estado já possuía equipamentos para a confirmação de tornados. São eles: radares meteorológicos, que cobrem todo o estado; estações hidrometeorológicas, que conseguem medir vento, chuva e temperatura; antena que capta sinais de satélite.
Dados dos drones
Santa Catarina adquiriu 24 drones do modelo DJI Matrice 30T para a Defesa Civil. Como o órgão tem 20 regionais, cada uma delas têm pelo menos um equipamento, explicou o gerente.
Outros três ficam na sede da Defesa Civil, para utilização do corpo técnico. O outro foi doado à Polícia Militar.
O investimento total para aquisição das aeronaves foi de R$ 1.582.800, com recursos próprios da Secretaria de Estado da Proteção e Defesa Civil.