Na cidade de Vinhedo, em São Paulo, a greve dos servidores públicos tem afetado a rotina de muitas famílias e estudantes. Com a paralisação, 89,3% dos alunos em 29 unidades educacionais do município ficaram sem aulas, em protesto por um reajuste salarial de 20%, acima dos 5,4% propostos pela prefeitura (DE). A situação tem gerado impactos significativos para alunos com necessidades especiais, como o Davi, que tem autismo e estuda na creche Pequeno Polegar.
Segundo Suellen Marigo, mãe de Davi, a falta de aulas afeta diretamente a rotina e o desenvolvimento do filho, que depende da constância do ambiente escolar para manter a estabilidade. O caso de Renata Prado, mãe de Nathan, também evidencia a importância da escola na vida dos estudantes atípicos, pois a alteração na rotina pode causar desconforto e prejuízos.
A paralisação dos servidores públicos também tem provocado impactos econômicos para os pais, como no caso de Alex Sandro de Araújo Cintra, profissional autônomo que precisou parar de trabalhar para cuidar da filha, Maria Alice. Além disso, a falta de suporte nas escolas devido à greve tem gerado preocupação em relação ao bem-estar e desenvolvimento das crianças.
A administração municipal de Vinhedo informou que até a tarde da última segunda-feira, 10,7% dos estudantes estavam presentes nas escolas afetadas pela paralisação, com um percentual significativo de professores e profissionais de apoio paralisados. O Sindicato dos Servidores Públicos do município defende que o reajuste de 20% representa a reposição das perdas salariais da categoria, acumuladas durante os dois anos de pandemia.
Segundo a prefeitura, a proposta do sindicato é considerada “financeiramente inviável” e diverge das práticas adotadas por cidades vizinhas. Apesar disso, representantes da administração municipal receberam um grupo de servidores independentes que manifestaram apoio à proposta apresentada pelo sindicato, reconhecendo sua legitimidade e equilíbrio diante da conjuntura financeira atual.
A Secretaria de Educação de Vinhedo divulgou um comunicado informando que as escolas municipais permaneceram abertas, porém, algumas unidades não conseguiram contar com o número suficiente de servidores para atender a todos os alunos, sugerindo aos pais que considerassem a possibilidade de retornar para casa com os filhos. A prioridade é garantir a segurança e o conforto das crianças afetadas pela paralisação.
Além dos impactos na educação, a greve dos servidores públicos tem afetado também os serviços de saúde no município, com consultas e exames precisando ser reagendados devido à falta de alguns funcionários. O cenário reflete a necessidade de diálogo entre as partes envolvidas para encontrar soluções que atendam aos interesses dos servidores, da administração municipal e da população em geral. Este é um momento desafiador que exige cooperação e entendimento mútuo para superar os impasses e garantir a continuidade dos serviços essenciais.
