Comerciante que matou assaltante e teve casa apedrejada relata medo: ‘quero
trabalhar tranquilo’
Dono de mercearia reagiu e baleou dois suspeitos em Mococa (SP), na quinta (15).
No dia seguinte, grupo atacou local onde ele vive e trabalha, além de carro da
cunhada. Polícia apura.
Câmera mostra grupo apedrejando casa de comerciante que matou assaltante em
Mococa, SP.
O comerciante Paulo Pradexes de Alencar, que matou um assaltante e feriu outro
na quinta (15), em Mococa (SP), relatou que ele e a
família estão com medo após a casa e a mercearia serem apedrejadas
por um grupo de cinco pessoas.
O carro da cunhada dele também teve vidros destruídos e teve a lataria amassada,
na sexta (16). A Polícia Civil está investigando o caso como coação no curso do processo e por
dano. Entre os suspeitos estariam dois parentes do assaltante morto, segundo o
delegado Mauro Bacci.
O comerciante tinha arma registrada e o caso foi considerado legítima defesa. O suspeito que sobreviveu foi preso após receber alta médica.
> “Eu tô trabalhando com grade fechada aqui. A gente fica com medo deles
> voltarem e nunca pode baixar a retaguarda. A única coisa que eu quero é poder
> trabalhar tranquilo”, disse o comerciante ao DE.
O crime aconteceu no bairro José Justi, onde Paulo vive e mantém um comércio há
7 anos. Os assaltantes estavam armados com duas facas e um simulacro de revólver
quando renderam a esposa do comerciante, que trabalhava no caixa.
O comerciante estava em casa, anexa ao comércio, quando ouviu gritos no
estabelecimento. Por meio da câmera de monitoramento, ele viu dois assaltantes
armados e foi até o local.
Os assaltantes pegam os valores, mas começam a contar o dinheiro, cerca de R$
250 em notas e moedas. Um deles ainda pede uma sacola para a mulher.
Depois do ataque, Paulo disse que reconheceu um dos assaltantes como sendo um
suspeito de roubar um outro estabelecimento que ele tinha.
Um dia depois do crime, um grupo de pelo menos 5 pessoas foi até o local e
atirou pedras contra a mercearia e a casa. A sacada, que era de vidro, ficou
destruída. O carro da cunhada de Paulo, que estava em frente à casa, teve vidros
destruídos e teve a lataria amassada.
Ele afirmou que já tinha sido intimidado no Pronto-Socorro onde os dois
suspeitos foram socorridos.
Paulo afirmou que a família ainda pensa em mudar do local e busca ajuda para
recuperar os prejuízos sofridos com o ataque. Uma vaquinha virtual foi criada.
O comerciante que, segundo a polícia, tem uma arma com posse legalizada há mais
de cinco anos, tirou a pistola nove milímetros do cofre e atirou contra os
assaltantes. A PM foi ao local e soube que um dos suspeitos morreu enquanto o outro recebia
atendimento médico no Pronto-Socorro.