O Theatro Municipal do Rio de Janeiro, um dos principais símbolos culturais do país, enfrenta um impasse com o fim dos contratos temporários de 120 funcionários no próximo mês. Parlamentares temem que a falta de profissionais possa, em última instância, interromper as atividades no local a partir de 1º de julho. Atualmente, dos 732 cargos efetivos previstos na instituição, apenas 217 estão ocupados, sendo 120 temporários, com contratos encerrando no dia 30 de junho. O Governo do Estado do RJ fala em concurso para 110 novos servidores. Autorização depende de avaliação da Comissão de Acompanhamento do Regime de Recuperação Fiscal da Secretaria de Fazenda.
Durante uma audiência pública na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), a importância de um novo concurso público para preencher os 505 cargos vagos na Fundação Theatro Municipal foi debatida por deputados e funcionários da Cultura. A crise é agravada pelo fim dos contratos de profissionais temporários em 30 de junho, colocando em risco o funcionamento da instituição. A presidente da Fundação Theatro Municipal, Clara Paulino, destacou a necessidade de garantir uma solução para a permanência dos profissionais temporários até o fim da temporada, assegurando a qualidade dos espetáculos.
O Theatro Municipal conta com 120 funcionários temporários, sendo essenciais para a demanda operacional do teatro. Sem a renovação desses vínculos ou a contratação de novos servidores, a casa corre o risco de paralisar suas atividades, alerta o deputado Flávio Serafini, presidente da Comissão de Servidores da Alerj. O impasse foi ressaltado pela necessidade de uma resposta rápida do poder público para manter o funcionamento da instituição e garantir a continuidade das atividades culturais.
Apesar da decisão do governo em realizar um novo concurso público para preencher 110 vagas, a situação esbarra no Regime de Recuperação Fiscal (RRF). O RRF impõe condições específicas para a realização de concursos públicos, flexibilizando restrições para permitir concursos em casos de reposição de cargos vagos alinhados ao Plano de Recuperação Fiscal. A Fundação Theatro Municipal e o Governo do Rio de Janeiro afirmam que a programação prevista para 2025 será mantida, mas a incerteza paira quanto à reposição de pessoal ou extensão dos contratos temporários que se encerram em 30 de junho.
Enquanto o impasse persiste, artistas, trabalhadores e amantes da cultura aguardam o desfecho das negociações, temendo o silêncio nos palcos de um patrimônio centenário. A presidente da Associação dos Corpos Artísticos e Técnicos do Theatro Municipal do Rio de Janeiro (Acobatemurj), Priscila Albuquerque, ressalta a importância histórica do Theatro e a necessidade de concursos públicos para garantir a continuidade do corpo artístico e técnico. A preservação da identidade cultural e a qualidade dos espetáculos são ressaltadas como pilares fundamentais para a manutenção da tradição artística do país.