Julgamento do golpe: STF torna réus 31 dos 34 denunciados; 2 denúncias foram rejeitadas
No âmbito da investigação, os ministros também começaram a ouvir nesta semana as testemunhas do chamado “núcleo crucial” na ação penal, que inclui o ex-presidente Jair Bolsonaro.
A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) concluiu, nesta terça-feira (20), o último julgamento marcado para definir se torna réus os acusados de integrar uma trama golpista que tentava manter o então presidente Jair Bolsonaro no poder.
Desde março, a Corte acolheu as denúncias contra 31 dos 34 denunciados.
Tenente-coronel Mauro Cid e o ex-presidente Jair Bolsonaro — Foto: Dida Sampaio/Estadão Conteúdo
Dois militares tiveram as denúncias rejeitadas, porque os ministros entenderam que não há elementos suficientes para tornar réus o coronel da reserva Cleverson Magalhães e o general Nilton Diniz Rodrigues (entenda mais abaixo).
Ainda falta julgar uma quinta denúncia, referente ao núcleo de propagação de desinformação, que tem apenas um acusado: Paulo Figueiredo Filho.
Ele é neto do último presidente da ditadura militar, e ainda não foi encontrado para ser notificado. O ministro Alexandre de Moraes já nomeou a Defensoria Pública para representá-lo no processo.
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JULGAMENTO DESTA TERÇA
A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu de forma unânime, nesta terça-feira (20), tornar réus mais 10 acusados de integrar a trama golpista.
A lista inclui os “kids pretos” — também chamados de “forças especiais” (FE) —, militares da ativa ou da reserva do Exército, especialistas em operações especiais.
Segundo a Polícia Federal, entre as ações elaboradas pelos indiciados neste grupo havia um “detalhado planejamento operacional, denominado ‘Punhal Verde e Amarelo’, que seria executado no dia 15 de dezembro de 2022” para assassinar os já eleitos presidente Lula e vice-presidente Geraldo Alckmin.
Com a decisão desta terça, se tornaram réus:
– general Estevam Gaspar de Oliveira
– tenente-coronel Hélio Ferreira Lima
– tenente-coronel Rafael Martins de Oliveira
– tenente-coronel Rodrigo Bezerra de Azevedo
– Wladimir Matos Soares, agente da Polícia Federal (PF)
– coronel Bernardo Romão Corrêa Netto
– coronel Fabrício Moreira de Bastos
– coronel Marcio Nunes de Resende Júnior
– tenente-coronel Sérgio Cavaliere de Medeiros
– tenente-coronel Ronald Ferreira de Araújo Júnior
A denúncia foi rejeitada nos casos de:
– coronel da reserva Cleverson Ney Magalhães
– general Nilton Diniz Rodriguez
DEPOIMENTOS DAS TESTEMUNHAS
No âmbito da investigação, os ministros também começaram a ouvir nesta semana as testemunhas do chamado “núcleo crucial” na ação penal, que inclui o ex-presidente Jair Bolsonaro, o deputado federal Alexandre Ramagem e o ex-ministro Anderson Torres.
Na segunda-feira (19) foram ouvidas as testemunhas da Procuradoria-Geral da República, ou seja, de acusação.
Entre maio e junho, estão previstos os depoimentos de 82 testemunhas.