Operação da Polícia Civil no camelódromo da Uruguaiana: 8 presos por crimes de extorsão e lavagem de dinheiro

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A Polícia Civil, em conjunto com o Ministério Público, deflagrou uma operação nesta quinta-feira contra uma organização criminosa que atua no conhecido camelódromo da Uruguaiana, localizado no Centro do Rio de Janeiro. As investigações apontam que o grupo possui influência no espaço comercial desde 2019 e é responsável por crimes como extorsão, cobranças de taxas indevidas, lavagem de dinheiro e venda ilegal dos boxes do mercado. Até o momento, oito pessoas foram presas no decorrer da operação, que visa o cumprimento de 11 mandados de prisão e nove de busca e apreensão.

Segundo informações divulgadas, membros da organização criminosa, incluindo um policial civil aposentado e um policial penal, atuavam como cobradores do esquema ilícito. O delegado Álvaro de Oliveira Gomes, titular da Draco/IE, destacou que as práticas do grupo envolvem a venda e a sublocação ilegal dos boxes do camelódromo da Uruguaiana, espaço público que só pode ser cedido por autorização da Prefeitura do Rio. Estima-se que o esquema criminoso movimentou cerca de R$ 7 milhões em transações ilegais.

Além disso, as investigações revelaram a realização de vendas de boxes de forma irregular, com valores variando entre R$60 mil e R$80 mil. O grupo também realizava a lavagem do dinheiro obtido por meio de contas de laranjas e reinvestimento em novos boxes no próprio mercado popular. A venda ilegal dos boxes e a cobrança indevida pelo uso do espaço público configuram crimes graves, segundo o delegado Álvaro de Oliveira.

As práticas de extorsão promovidas pela organização criminosa incluíam o pagamento de taxas obrigatórias para o funcionamento dos boxes, com ameaças e violência, incluindo o uso de armas de fogo. O promotor Pedro Simão do Ministério Público afirmou que as investigações iniciaram em 2019 e que além dos mandados de prisão, foram emitidos nove mandados de busca e apreensão, visando a asfixia financeira da quadrilha e o confisco de bens e valores obtidos de forma ilícita.

Dentre as cobranças ilegais estava a taxa de energia elétrica, exigida de forma arbitrária sob ameaça de corte do fornecimento. Os comerciantes do camelódromo eram coagidos a efetuar os pagamentos sob pena de serem expulsos do local ou terem seus negócios inviabilizados. A operação em andamento visa desarticular a organização criminosa e trazer justiça para os comerciantes que eram vítimas das práticas ilícitas no camelódromo da Uruguaiana, um importante centro comercial do Rio de Janeiro.

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