A deputada Bia de Lima, do PT, denunciou ter sido ofendida pelo deputado Amauri Ribeiro, da União, por ter declarado que gostava de namorar jovens durante uma entrevista a um programa de rádio. A discussão aconteceu durante a votação da prorrogação do decreto de calamidade financeira na Secretaria da Fazenda de Goiânia, que acabou sendo adiada. A deputada apresentou uma representação formal contra o deputado e pediu que providências sejam tomadas.
O embate entre os parlamentares teve início na terça-feira e se prolongou até a quarta-feira na Assembleia Legislativa de Goiás. A sessão era presidida pelo deputado Clécio Alves, do Republicanos, e Amauri ocupava a cadeira de 1º Secretário quando fez as declarações contra Bia. Em entrevista, o parlamentar afirmou que foi provocado pela deputada e apenas mencionou o termo “papa-anjo”, utilizado pela apresentadora do programa de rádio em que Bia fez a declaração.
Bia de Lima se manifestou nas redes sociais a respeito do ocorrido, afirmando que o deputado desrespeitou o regimento da Alego. Durante a sessão, ela declarou que poderia namorar quem quisesse e que a fala do deputado era machista. As provocações continuaram durante o segundo dia do embate, levando a deputada a insistir na retirada de Amauri da mesa diretora. O presidente decidiu encerrar a sessão diante do clima acalorado.
Na quinta-feira, durante a sessão ordinária, Bia de Lima formalizou uma representação contra Amauri Ribeiro, pedindo por medidas em relação às condutas incompatíveis com o decoro parlamentar. O episódio gerou repercussão e diversos deputados do PT manifestaram solidariedade à deputada, repudiando as falas de Amauri. O Sindicato dos Servidores e Serventuários da Justiça do Estado de Goiás também repudiou os ataques.
Amauri Ribeiro se defendeu das acusações, afirmando que as denúncias infundadas apresentadas contra ele foram rejeitadas pela Justiça e que buscará medidas legais contra a deputada. Ele reiterou seu respeito às mulheres, à democracia e à verdade, e afirmou que não permitirá distorções sobre os fatos. O presidente da Alego, Bruno Peixoto, mencionou que o caso será encaminhado ao Conselho de Ética.
Em meio às discussões e embates, a situação na Assembleia Legislativa de Goiás evidenciou a importância de manter o decoro parlamentar e o respeito mútuo entre os parlamentares. O caso também levantou debates sobre violência política de gênero e a necessidade de combater a misoginia no ambiente político. A repercussão do episódio reflete a sensibilidade do tema e a importância de garantir um ambiente de trabalho seguro e respeitoso para todos os envolvidos.