Uma quadrilha suspeita de aplicar golpes contra idosos e pessoas com deficiência voltou a ser alvo de uma operação da Polícia Civil nesta quinta-feira (23), em Juiz de Fora. O grupo é investigado por fraudes bancárias, estelionato, associação criminosa e lavagem de dinheiro. A estimativa é que tenham movimentado R$ 5 milhões e feito mais de 100 vítimas. A ação, denominada “Ouro de Tolo”, resultou na apreensão de dinheiro em espécie, cartões bancários, documentos, notebooks, celulares, simulacros de arma de fogo, 15 veículos e duas motocicletas em diferentes localidades, incluindo Juiz de Fora, Matias Barbosa, Mogi das Cruzes (SP) e Ferraz de Vasconcelos (SP).
Os levantamentos contaram com o apoio da Polícia Civil do Estado de São Paulo (PCESP), por meio do Grupo de Operações Especiais (GOE). A investigação revelou que a quadrilha atuava por meio de três núcleos distintos: bancário, do golpe do financiamento e de falsidade ideológica. O núcleo bancário era responsável por fraudes em empréstimos e transferências de contas, envolvendo até mesmo funcionários de instituições financeiras. Já o núcleo do golpe do financiamento realizava financiamentos fraudulentos em nome das vítimas, contando com a colaboração de revendedores de veículos. O núcleo de falsidade ideológica inseria dados falsos em sistemas bancários para viabilizar os crimes.
Segundo informações da Polícia Civil, os suspeitos abordavam vítimas com pouca instrução e ofereciam vantagens financeiras, obtendo consentimento para gravar vídeos utilizados em sistemas de reconhecimento facial. Isso possibilitava a abertura de contas, contratação de empréstimos e realização de transferências sem o conhecimento dos titulares. Até o momento, seis pessoas, com idades entre 30 e 47 anos, foram formalmente indiciadas por participação no esquema.
A delegada responsável pela investigação, Bianca Mondaini, recomenda que idosos e pensionistas verifiquem regularmente seus extratos bancários e contracheques. Caso haja suspeita de terem sido vítimas, é fundamental procurar a 5ª Delegacia de Polícia Civil em Juiz de Fora para prestar esclarecimentos. Além disso, o Poder Judiciário determinou o bloqueio de contas bancárias, físicas e jurídicas investigadas, até o valor de R$ 5 milhões, visando garantir o ressarcimento das vítimas e do sistema financeiro.
Diante dos casos identificados de portabilidade de conta sem consentimento das vítimas, redirecionando benefícios para instituições relacionadas aos criminosos, é essencial que as pessoas fiquem atentas e denunciem possíveis fraudes. A Polícia Civil está empenhada em combater esse tipo de crime e orienta a população a tomar medidas preventivas para evitar cair em golpes semelhantes. A colaboração da comunidade é fundamental para identificar e punir os responsáveis por essas ações fraudulentas. O Diário do Estado continuará acompanhando de perto as investigações e atualizando as informações sobre o caso.