Cor esverdeada e mau cheiro de afluente do Rio Tietê preocupam a população em Penápolis
Moradores relataram à TV TEM que pescar, nadar e navegar é quase impossível diante das condições em que o rio se encontra.
Ribeirão Lajeado incomoda moradores com água esverdeada e mau cheiro em Penápolis
Ribeirão Lajeado incomoda moradores com água esverdeada e mau cheiro em Penápolis
A cor esverdeada e o mau cheiro do Ribeirão Lajeado, um afluente do Rio Tietê, têm preocupado a população em Penápolis (SP)
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Moradores relataram à TV TEM que pescar, nadar e navegar é quase impossível diante das condições em que o rio se encontra. Segundo eles, a situação vem se agravando anualmente.
“Quando a gente mudou para cá era um sonho, agora está ficando complicado para a gente. De uns três, quatros anos para cá, começou a ficar esverdeado e esse mau cheiro está afetando muito a gente. Eu tenho problema de bronquite asmática e acredito que seja por isso aqui. Peixe sumiu”, comentou o aposentado Marcos Gobbi.
Cor esverdeada e mau cheiro de afluente do Rio Tietê preocupa a população em Penápolis (SP) — Foto: Reprodução/TV TEM
O Ribeirão Lajeado possui extensão de aproximadamente 58 quilômetros, desde as nascentes em Alto Alegre (SP) até a foz no rio Tietê, em Barbosa (SP)
Além de relevante para o emprego de pescadores e piscicultores, o ribeirão é um importante tributário do rio Tietê, o que torna o manancial um ponto estratégico para manutenção do estoque hídrico do reservatório da Usina Hidrelétrica de Nova Avanhandava.
“Eu e meu irmão a gente vive de pesca, mas estamos há mais de um ano sem renda porque não tem condições. Não está saindo peixes e é o nosso ‘ganha pão’, lamentou a pescadora Meire Serra.
A TV TEM questionou a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) sobre a situação no rio, mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem.
Cor esverdeada e mau cheiro de afluente do Rio Tietê preocupa a população em Penápolis (SP) — Foto: Reprodução/TV TEM
HISTÓRIA SE REPETE
Desde o começo do ano, a coloração da água do Rio Tietê e do Rio Grande no noroeste paulista vem sendo questionada. Em diversos momentos, ela fica bem densa e esverdeada. Além da cor, o mau cheiro incomoda bastante os turistas e moradores.
Ao de, a professora e pesquisadora sobre os ambientes aquáticos de água doce da Universidade Estadual Paulista (Unesp), Maria Stela Castilho, explicou que as plantas aquáticas invadem o rio por se reproduzirem de forma rápida devido ao aumento de nutrientes, que servem de “alimento” para elas.
Como elas são verdes, devido à presença de clorofila, e são muito abundantes, é possível enxergar a água verde, às vezes formando uma nata na superfície. Esse crescimento exacerbado caracteriza o fenômeno da eutrofização.
Noroeste paulista registra ao menos 12 casos de mortandade de peixes no Rio Tietê — Foto: Reprodução/TV TEM
Conforme Maria Stela explicou, esses nutrientes são provenientes do esgoto doméstico ou industrial, vinhaça – resíduo da destilação do caldo de cana-de-açúcar -, e de fertilizantes aplicados nas lavouras.
Os aguapés afetam o oxigênio das águas e criam condições inadequadas para os peixes, o que pode causar a mortandade destes animais. A proliferação intensa dificulta também a navegação.
Os impactos negativos econômicos são inevitáveis. As algas que crescem exageradamente têm o potencial de produzir toxinas letais, que podem provocar a morte inclusive de seres humanos.
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