Entenda como larvas de insetos auxiliam na determinação do momento em que alguém faleceu em investigações criminais. Pesquisadores da UFPE estão engajados no estudo do ciclo de vida de insetos que se alimentam de corpos em decomposição com o intuito de auxiliar a perícia forense, possibilitando a identificação de envenenamentos, por exemplo.
As larvas de mosca são de extrema importância na identificação da data da morte de cadáveres. Na natureza, esses organismos desempenham um papel vital na decomposição e regeneração dos ecossistemas. No entanto, em investigações criminais, elas desempenham o papel inverso, resgatando informações importantes que pareciam perdidas, fundamental para o esclarecimento de crimes.
Os pesquisadores da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) investigam como os insetos que se proliferam em corpos em decomposição podem servir como evidência pericial, realizando seu trabalho no Laboratório de Zoologia da instituição. A análise do desenvolvimento das larvas presentes no corpo pode ser utilizada como uma ferramenta eficaz para determinar a data exata da morte de um indivíduo.
Por exemplo, caso uma larva coletada necessite de oito dias para alcançar a fase adulta, e a ciência saiba que essa espécie requer 15 dias para completar seu ciclo de vida, a perícia poderá concluir que a morte ocorreu em torno de uma semana antes da coleta. Esse método, quando aplicado corretamente, pode fornecer resultados precisos, especialmente em casos em que o corpo se encontra em avançado estado de decomposição.
Além disso, as larvas também podem indicar se a vítima foi envenenada, mesmo que a substância tóxica não seja mais detectável no corpo humano. A entomotoxicologia se concentra em investigar como esses compostos químicos se acumulam nos corpos dos insetos que se alimentam de cadáveres, tornando as larvas uma fonte confiável dessas substâncias em determinadas condições.
Nos últimos anos, os pesquisadores analisaram centenas de corpos nos Institutos Médicos Legais de Pernambuco e da Paraíba, identificando as principais espécies de insetos presentes nos cadáveres da região. A colaboração entre a nova geração de peritos criminais e os pesquisadores da UFPE tende a se fortalecer no futuro próximo, refletindo uma tendência de parcerias mais sólidas no campo forense.