Bebês reborn: ‘Universo é encantador, mas temos que discernir real do imaginário’, diz colecionadora
Designer de Brasília é ‘mãe’ de 26 bonecas. Ela já teve 36 e chegou a pagar R$ 5 mil por algumas.
1 de 2 Designer do Distrito Federal tem 26 bebês reborn — Foto: Arquivo pessoal
Designer do Distrito Federal tem 26 bebês reborn — Foto: Arquivo pessoal
Há seis anos, a designer Elisângela Sant’Anna aprecia e coleciona a arte reborn. De acordo com os termos utilizados no mercado reborn, a moradora de Brasília se considera “mãe” de 26 bonecas que se assemelham fielmente aos traços humanos.
O número de bonecas “adotadas” por Elisângela já chegou a 36. Por algumas, ela conta que pagou até R$ 5 mil.
> “O universo dos bebês reborn é encantador, mas a gente tem que discernir o real do imaginário. Assim como cada ser humano é único, cada bebê também é singular. As mãozinhas, os cílios e os traços, cada boneco é único, mas não deixa de ser um brinquedo”, diz Elisângela Sant’Anna.
Elisângela faz referência à polemica que tomou conta das redes sociais, a partir da publicação de conteúdos de “mães reborn” que viralizaram nas redes sociais. São situações em que as bonecas são tratadas como bebês reais, levadas ao médico, amamentadas, ou mesmo “ganham vida” em uma simulação de parto.
> “Há quem exagere, o que atrapalha o universo reborn. É evidente que alguns usuários querem tirar a essência da arte e viralizar na internet, porém de forma negativa. Trato meus bebês como se fossem reais, mas não tenho fanatismo”, diz Elisângela.
Elisângela também coleciona situações inusitadas, como quando levou uma multa, expedida pelo Departamento de Trânsito (Detran- DF), por estar com o bebê reborn no banco do passageiro. Mesmo recorrendo, o Detran não considerou a justificativa, diz a designer, que acabou pagando a multa.
O termo “reborn” se origina do inglês “renascido”, que remete ao processo de customização de bonecas antigas feitas pelas mães inglesas, durante a Segunda Guerra Mundial. Os brinquedos se popularizaram na década de 1990, nos Estados Unidos.
Os bebês hiper-realistas imitam as características de um recém-nascido. Traços como o formato da boca, cílios e mãos delicados são priorizados durante a produção e alguns modelos chegam a ter cabelos humanos.
Brinquedo ou suporte emocional? Bebês reborns viram febre nas redes sociais. “Mães reborn” passaram a compartilhar nas redes sociais conteúdos polêmicos que acabaram viralizando. O tema também virou pauta de propostas políticas em algumas regiões do país.
Mercado de bebês reborn no Distrito Federal. Há 10 anos, a brasiliense, Michelly Souza, abriu uma loja na região do Gama para vender a arte reborn. Ela conta que conheceu o trabalho em 2003 e que seis anos depois fez um curso para aprender a fazer as bonecas.