Pesquisadora brasileira no PR vence ‘Nobel da Agricultura’ com insumos biológicos: ‘Jamais poderia imaginar’

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Pesquisadora com atuação no PR se torna primeira brasileira a conquistar ‘Nobel da Agricultura’: ‘Jamais poderia imaginar’

Mariângela Hungria trabalha há mais de 40 anos em pesquisa de insumos biológicos
para melhorar fixação de nitrogênio em lavouras de soja e evitar uso de
agrotóxicos.

Pesquisadora com atuação no PR se torna 1ª brasileira a conquistar ‘Nobel da Agricultura’

Mariângela Hungria sabia desde criança que queria trabalhar com alimentos, o que a conduziu à área da pesquisa. Com mais de quatro décadas de trajetória, ela tornou-se a primeira brasileira a receber o reconhecimento do Prêmio Mundial de Alimentação (World Food Prize – WFP), equiparado ao “Nobel da Agricultura”.

O prêmio é o resultado do labor da pesquisadora no desenvolvimento de insumos biológicos para aprimorar as lavouras no Paraná. Seu trabalho consistiu na identificação e seleção de bactérias que auxiliam as plantas de soja na fixação do nitrogênio, nutriente fundamental para o crescimento das plantas.

Mariângela sempre acreditou no potencial dos microrganismos para revolucionar a agricultura, tornando-a mais rentável, competitiva e sustentável.

A perseverança de Mariângela a levou a questionar a visão predominante de que a agricultura não poderia alcançar grandes produções sem o uso de fertilizantes químicos. A associação das bactérias com as plantas já era objeto de pesquisa há mais de um século, mas a pesquisadora resolveu encarar o desafio e recomeçar as investigações.

As bactérias identificadas por Mariângela, denominadas “bradyrhizobium”, criam nódulos nas raízes das plantas, que funcionam como uma unidade produtora de fertilizante nitrogenado.

Atualmente, a técnica de inoculação desenvolvida pela pesquisadora é adotada em cerca de 85% da área de cultivo de soja no Brasil, representando uma economia estimada em R$140 bilhões em 2024.

Produzir nitrogênio de maneira biológica, em vez de recorrer a fertilizantes químicos, pode trazer benefícios adicionais, como aprimorar a fertilidade do solo, obter alimentos mais nutritivos e contribuir para a preservação do meio ambiente.

A técnica implementada por Mariângela contribui significativamente para a redução das emissões de poluentes na atmosfera, em comparação com o uso de fertilizantes químicos.

O reconhecimento internacional através do Prêmio Mundial de Alimentação é um marco histórico para Mariângela e para o Brasil. Ela é a primeira mulher do país a receber essa honraria, e a entrega do prêmio está prevista para o dia 23 de outubro nos Estados Unidos.

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