Uma nova espécie de planta do Cerrado goiano foi registrada recentemente em uma descoberta feita pela Universidade Estadual de Goiás (DE). Com altura de até 1,2 metro, a espécie é descrita como um subarbusto de flores azuis da vegetação de cerrado rupestre e apresenta risco de extinção na natureza.
A planta foi encontrada em uma única população isolada às margens da GO-401, em um trecho montanhoso que leva à Serra da Fortaleza, localizada na região sul de Goiás.
Os pesquisadores recomendaram como medida urgente o estabelecimento de áreas protegidas na região e a coleta de sementes e exemplares vivos para projetos de restauração ecológica.
Segundo a professora da UEG Isa Lucia, responsável por conduzir a pesquisa que identificou a espécie, o local está fora de áreas protegidas e sofre forte pressão ambiental, devido à expansão da pecuária, da monocultura e às recentes obras de pavimentação da rodovia, que afetam diretamente o habitat da planta.
“Descobrir novas espécies é fundamental para compreendermos a biodiversidade e conservarmos a natureza”, afirmou a professora.
De acordo com a pesquisadora, ao identificar e descrever uma nova espécie, a ciência amplia o entendimento sobre a vida no planeta, os ecossistemas, suas interações e as formas como os seres vivos se adaptam aos mais diversos ambientes.
“Essas descobertas também são essenciais para desenvolver estratégias de proteção ambiental e conscientizar a população sobre a importância da preservação. Além disso, podem impulsionar novas pesquisas, gerar tecnologias, oferecer soluções para desafios globais e despertar o interesse pela natureza, incentivando a educação ambiental e a valorização da biodiversidade”, reforçou Isa Lucia.
A docente é curadora do Herbário José Ângelo Rizzo do Câmpus Sudoeste, com sede em Quirinópolis, e contou com a colaboração dos pesquisadores Mayara Pastore, do Instituto Tecnológico Vale; André Luiz C. Moreira, da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS); Luiza A. Romeiro, da Universidade Federal do Pará (UFPA), e Rosângela Simão-Bianchini, do Instituto de Pesquisas Ambientais de São Paulo.
A planta foi oficialmente registrada pelo nome Jacquemontia verae M.Pastore, I.L.Morais & Sim.Bianch, em estudo publicado na revista científica internacional Phytotaxa, em 12 de maio de 2025. A espécie recebeu o nome verae em homenagem à professora doutora Vera Lúcia Gomes Klein, reconhecida por suas contribuições à botânica brasileira, especialmente nos estados de Goiás e Tocantins. Professora da Universidade Estadual de Goiás (UEG), Vera Klein iniciou sua trajetória acadêmica na década de 1980, com pesquisas nas áreas de florística e sistemática vegetal, com foco especial em Cucurbitaceae.