Governo discute compensações após recuo na alta do IOF, diz Haddad: Impacto na indústria.

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Alta do IOF: governo tem até o fim da semana para decidir como vai compensar recuo, diz Haddad

Ministro da Fazenda admitiu, também, que o aumento do IOF para operações de crédito das empresas, e para o câmbio, aumentará o custo do crédito para a indústria – que teve seu dia celebrado neste domingo (25).

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta segunda-feira (26) que o governo ainda discute como vai compensar o recuo adotado na última semana na decisão de elevar o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para algumas modalidades de transação.

Na quinta (22), o governo anunciou o aumento do IOF sobre uma série de operações de crédito – com o objetivo de impulsionar a arrecadação de impostos e tentar controlar o déficit nas contas públicas.

Parte do pacote que previa a taxação de recursos remetidos para investimentos no exterior, no entanto, foi cancelado no mesmo dia. O temor era que a medida fosse interpretada como tentativa de controlar a saída de recursos do Brasil.

Com o cancelamento, as contas ficaram ainda mais difíceis de fechar. E, por isso, o governo agora estuda como compensar essa mudança – cortando ainda mais despesas ou anunciando novas medidas.

“Nós temos até o final da semana para decidir como compensar. Se com mais contingenciamento, ou com alguma substituição”, disse Haddad ao deixar um evento no Rio de Janeiro nesta segunda.

BLOQUEIO NO ORÇAMENTO

O bloqueio anunciado inicialmente pelo governo federal no orçamento de 2025 foi de R$ 31,3 bilhões, um dos maiores dos últimos anos. O valor foi limitado por conta das regras do arcabouço fiscal, que a despesa não pode crescer mais do que 2,5% ao ano (acima da inflação) e, também, para atingir a meta fiscal, que prevê rombo zero mas admite um déficit de até R$ 31 bilhões.

Com o cancelamento da taxação de recursos remetidos para investimentos no exterior, o governo terá de anunciar um bloqueio adicional de recursos, cujo valor ainda não foi detalhado. Isso porque o governo contava com o IOF sobre investimentos para fechar as contas, a medida que foi revogada no fim da semana passada.

IMPACTO PARA A INDÚSTRIA

O ministro da Fazenda admitiu, também, que o aumento do IOF para operações de crédito das empresas, e para o câmbio, aumentará o custo do crédito para a indústria – que teve seu dia celebrado neste domingo (25). Ele também lembrou que o aumento dos juros básicos é outro fator que influencia o custo dos empréstimos ao setor produtivo.

“Quando aumenta a Selic, aumenta o custo do crédito. É igual. Quando aumenta a Selic, aumenta o custo de crédito e nem por isso os empresários deixam de entender a necessidade da medida”, declarou Haddad, a jornalistas. Acrescentou que o governo busca resolver esses pontos o “quanto antes, o fiscal e o monetário, para voltar a patamares adequados”.

“Tanto de tributação quanto de taxa de juros para o país continuar crescendo. O país está crescendo a mais do que no período anterior. E se vocês fizerem o dever de casa e pegarem as alíquotas do IOF do governo anterior vocês vão ver que eram bem maiores”, acrescentou.

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