Cão de serviço essencial para criança autista é impedido de embarcar em voo: entenda os impactos da decisão da TAP

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Cão de serviço impedido de embarcar em voo tem função terapêutica e previne ‘meltdown’ de criança; entenda

A empresa aérea TAP proibiu o cachorro de serviço chamado Tedy de viajar três vezes em um avião, sendo a primeira delas ao lado de uma criança autista. Desde então, a menina vem sofrendo com a ausência do animal. A TAP informou ao DE que a segurança dos passageiros é prioridade e sugeriu que o animal fosse transportado no bagageiro em vez da cabine.

Tedy é o cão de serviço de uma criança autista e foi barrado pela empresa aérea TAP de embarcar em um voo com destino a Portugal. O animal possui uma função terapêutica e ajuda a prevenir casos de desregulação sensorial e emocional, conhecidos como meltdown na área da psicologia.

O pai da criança autista, Renato Sá, explicou que Tedy é fundamental para ajudar a manter a tranquilidade da menina. Ele alertou que a ausência do cão já causou um episódio de meltdown na criança, que envolve a perda de controle sobre a própria ação, podendo resultar em comportamentos agressivos ou autolesivos.

Durante os episódios de desregulação emocional, a pessoa pode apresentar diversos comportamentos, como gritar, chorar intensamente, agredir a si mesma ou a outras pessoas, e até ficar em silêncio e paralisada. A presença do cão de serviço é essencial para evitar essas crises e manter a criança calma.

Tedy foi treinado durante dois anos para atender a comandos específicos e a permanecer até 24 horas em jejum, evitando a necessidade de urinar ou defecar durante viagens. A família da criança autista enfrentou dificuldades para embarcar com o animal, sendo impedida pela TAP de levá-lo na cabine do avião.

Apesar de uma liminar judicial que garantia o embarque do animal, a TAP sugeriu que Tedy fosse transportado no bagageiro, o que a família não concordou. Como o cão não pode ser manipulado por terceiros e não suportaria o estresse da viagem, o voo precisou ser cancelado, gerando transtornos para a família.

Segundo especialistas, a ausência do cão de serviço pode acarretar problemas para a criança autista e para o próprio animal, aumentando o estresse e a irritabilidade em ambos os lados. A TAP reforçou que a segurança dos passageiros é prioridade e que a pessoa que embarcaria no voo não necessitava do acompanhamento do animal.

A menina de 12 anos, que não se comunica verbalmente, utiliza um aplicativo para se expressar. A família enfrenta dificuldades para explicar a situação da ausência do animal, o que gera ansiedade na criança autista. A validade do Certificado Veterinário Internacional para a viagem de Tedy expirou, complicando ainda mais a situação.

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