À espera de home care pela rede pública, família de jovem que teve sequelas ao cheirar pimenta custeia tratamento com doações, diz padrasto
Padrasto e mãe, têm se dedicado integralmente aos cuidados da Thaís. Segundo Sérgio, o tratamento tem sido custeado por doações, mas não sabe até quando podem contar com dinheiro.
Thais Medeiros de Oliveira, internada após cheirar pimenta, ao lado da mãe e do padrasto — Foto: Reprodução/Redes Sociais
O padrasto da jovem Thaís Medeiros, que ficou sem andar e falar por alergia ao cheirar pimenta em 2023, fala que todo o custo com o tratamento da jovem em home care vem de doações, enquanto esperam por custeio da rede pública. Sérgio Alves Silva é vendedor de motos e junto com a mãe da jovem, Adriana Medeiros, que trabalhava como cabelereira e manicure, têm se dedicado aos cuidados da Thaís.
A Justiça Federal bloqueou R$ 156.074,88 de dinheiro público para garantir o custeio do tratamento domiciliar para a jovem pela rede pública. A sentença foi proferida pelo juiz Jesus Crisostomo de Almeida, devido ao descumprimento das decisões judiciais de fornecer o tratamento adequado, mesmo após o município reconhecer parcialmente a dívida e retomar alguns pagamentos.
De acordo com Sérgio, a família precisa deste suporte pois até o momento custeou todos os cuidados com a Thaís por meio de doações, mas não sabe até quando vão continuar recebendo. “Graças a Deus tivemos ajuda do Brasil inteiro e até do mundo. Até agora estamos cuidando da Thaís com tudo pago pelos seus seguidores. A gente consegue pagar fisioterapeuta, alimentação, fonoaudiólogo, tudo a gente consegue bancar com as doações que recebemos, mas a gente não sabe até quando isso vai durar”, explicou o padrasto.
Ainda segundo o padrasto, todos os cuidados com a Thaís são realizados por ele e sua esposa, desde o banho até a troca de curativos: “É só eu e ela, dia e noite. Enquanto um dorme e descansa um pouquinho, o outro está acordado”.
Thaís estava na casa do namorado, em Anápolis, na região central de Goiás, quando cheirou a pimenta. Segundo Matheus Lopes de Oliveira, o namorado de Thaís na época, ela conversava sobre pimenta com seus pais quando ela passou no nariz e cheirou. “A garganta dela começou a coçar e, logo em seguida, ela já foi perdendo as forças” contou Matheus.
A jovem foi levada ao pronto-socorro e precisou ser reanimada. Ela passou 20 dias internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) da Santa Casa de Anápolis. Na época da internação, o médico Rubens Dias afirmou que Thaís sofreu uma lesão permanente no cérebro, que comprometeu seus movimentos e sua fala.