Hugo Motta critica Haddad em nota e alerta sobre aumento de impostos

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Nota de Hugo Motta é recado velado a Haddad após fala sobre ‘parlamentarismo na prática’

A nota divulgada pelo presidente da Comissão de Orçamento, deputado Hugo Motta (Republicanos-PB), nesta segunda-feira (26), teve um endereço certo, ainda que não mencionado: o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

Em publicação na rede social, Motta afirmou que “o Estado não gera riqueza – consome”. E que o Brasil “não precisa de mais um imposto”, mas, sim, de “menos desperdício”. Essa foi uma referência ao aumento do IOF anunciado pela equipe econômica na semana passada.

Em outro trecho da publicação, o presidente da Câmara frisou que “o Executivo não pode gastar sem freio e depois passar o volante para o Congresso segurar”

Governo decide até sexta como compensar recuo no IOF, diz ministro Fernando Haddad

Segundo apurou o blog, a reação de Motta foi motivada por uma entrevista concedida por Haddad ao jornal “O Globo”, na qual o ministro sugeriu que o Brasil vive, na prática, um sistema parlamentarista, cobrando mais protagonismo do Congresso no ajuste fiscal. O trecho não cita diretamente nomes, mas incomodou. Motta teria lido a entrevista logo cedo e, após conversas com aliados, decidiu que era preciso responder.

Apesar de manter o tom institucional e evitar citar o ministro diretamente, a nota tem como objetivo claro rebater a ideia de que o Congresso atua como obstáculo às metas econômicas. Mais do que isso: trata-se de um gesto político calculado.

O deputado, que chegou a almoçar com o presidente Lula na quarta-feira (17), preferiu não tornar a resposta pública durante o encontro, mas quis deixar registrado o recado — especialmente para o entorno de Haddad e para setores da Câmara que têm resistências às propostas da Fazenda.

Nos bastidores, Motta ainda avalia com cautela a possibilidade de pautar os projetos de decreto legislativo (PDLs) que podem reverter medidas do governo, como o aumento do IOF.

Segundo interlocutores, a nota não significa que isso será feito de imediato — até porque uma eventual aprovação na Câmara exigiria também sinal verde do Senado, o que não é simples. Ainda assim, o gesto serviu para marcar posição.

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