Justiça de SP nega habeas corpus a presidente do Corinthians acusado de furto e lavagem de dinheiro

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A Justiça de São Paulo negou habeas corpus impetrado pelo defesa do presidente do Corinthians, Augusto Melo, para anular o indiciamento por furto, lavagem de dinheiro e associação criminosa feito na semana passada no curso do inquérito policial que apura irregularidades no contrato entre o clube e a casa de apostas Vai de Bet. No texto da decisão, a juíza Marcia Mayumi Okoda Oshiro menciona “a ausência dos requisitos necessários para a concessão da liminar almejada”. Assim, não teria havido “demonstração clara e segura da ausência de justa causa, apta a configurar constrangimento ilegal”, para justificar o habeas corpus.

Na sexta-feira (23), Melo havia afirmado que é inocente e não renunciaria ao cargo no clube. Melo e outras três pessoas foram indiciadas pelos crimes na quinta (22). “Estou tranquilo, sou inocente, estou indignado com essa situação. Vou mostrar que minha vida e minha trajetória são de caráter e honestidade. Todos ali no clube me conhecem e nunca tive envolvimento”, disse o presidente na ocasião.

Relatórios da polícia apontam que parte da comissão paga pela casa de apostas em um contrato de patrocínio com o Corinthians foi repassada para a empresa UJ Football Talent Intermediação Ltda. Segundo a investigação, a empresa é considerada um dos braços do Primeiro Comando da Capital (PCC) no mercado do futebol. Ao lado de Melo durante a coletiva, o advogado Ricardo Cury garantiu que o relatório final da Polícia Civil não apresenta indício nenhum contra o cliente.

Alvo de pedidos de impeachment no clube, Augusto Melo foi questionado sobre a possibilidade de renunciar ao cargo antes do julgamento interno no Corinthians, previsto para a próxima segunda-feira (26). “Não passa pela minha cabeça, em hipótese alguma, renunciar. Esse foi um grande contrato. Se teve algum problema, a Justiça vai deixar claro isso mais para frente. Não vou renunciar, estou muito tranquilo. Isso não é manchar o Corinthians. Eles fazem com que o Corinthians seja manchado, não eu”, declarou.

Na semana passada, relatórios da Polícia Civil de São Paulo apontaram que parte da comissão paga pela Vai de Bet, em um contrato de patrocínio com o Corinthians, foi repassada para a empresa UJ Football Talent Intermediação Ltda. A UJ Football Talent é ligada a Danilo Lima de Oliveira, o “Tripa”, integrante do PCC, segundo delação premiada que o empresário Vinicius Gritzbach deu ao Ministério Público (MP). A defesa dele nega envolvimento de Danilo com o crime organizado.

Gritzbach foi assassinado a tiros em novembro do ano passado, na saída do Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos. O empresário também havia acusado Tripa de participar do seu sequestro e de estar armado e ameaçar esquartejá-lo. Segundo Gritzbach delatou ao MP, “Tripa” é um agente de jogadores de futebol da série A do Campeonato Brasileiro e também cuida da carreira de atletas que jogam no futebol europeu. Após quase um ano de investigações, o Departamento de Polícia de Proteção à Cidadania (DPPC) da Polícia Civil produziu um relatório preliminar, ao qual a TV DE teve acesso, concluindo que R$ 1.074.150,00 dos R$ 1,4 milhão pagos pelo Corinthians na intermediação do contrato com a Vai de Bet foram transferidos para pelo menos quatro diferentes empresas, até chegar, por fim, à UJ Football, de Danilo Lima.

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