Dinheiro usado pelo Corinthians para pagar ex-patrocinadora pode ter vindo de empresa suspeita de “ocultar” movimentação financeira
Análise é do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF); Pixbet deixou de patrocinar o clube após acordo do Timão com a VaideBet
Augusto Melo: “O jogo não acabou, mas saio de cabeça erguida”
O Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF) apontou na análise financeira feita do Corinthians [https://globoesporte.globo.com/futebol/times/corinthians/], que parte do que foi pago pelo clube para a antiga patrocinadora, PixBet, teria vindo de uma empresa suspeita de “ocultar recursos financeiros”.
“Suspeita-se que a empresa analisada poderia estar movimentando recursos de terceiros, com possível ocultação/dissimulação de recursos e outros ilícitos financeiros que possam se relacionar”, apontou o COAF.
O documento foi obtido com exclusividade pela Globo, junto a análise financeira que o COAF realizou de Alex Fernando André, o Alex Cassundé, apontado como um operador do esquema que desviou dinheiro do contrato de patrocínio com a empresa de apostas VaideBet.
Mais sobre o Corinthians [https://globoesporte.globo.com/futebol/times/corinthians/]: COAF classifica transações da gestão Augusto com características “para burlar origem, destino e responsáveis” [https://ge.globo.com/df/futebol/noticia/2025/05/27/coaf-classifica-transacoes-da-gestao-augusto-melo-com-caracteristicas-para-burlar-origem-destino-e-responsaveis.ghtml]
Pixbet vai exibir marca também nas costas da camisa do Corinthians — Foto: Divulgação
O órgão suspeita que a empresa OTSAFE, de Curitiba (PR), teria sido a responsável por ter enviado R$ 20 milhões para o Corinthians [https://globoesporte.globo.com/futebol/times/corinthians/] pagar a multa por quebra de contrato com a PixBet.
A Pixbet cobrou multa porque o contrato com a empresa previa exclusividade entre os patrocinadores do clube no segmento de apostas esportivas. A marca da empresa foi retirada do uniforme após acordo do Timão com a VaideBet, anunciado em 7 de janeiro.
Além disso, a Pixbet exigia a devolução de parte do valor pago de forma antecipada ao clube. No fim de 2022, a empresa se comprometeu a pagar R$ 30 milhões ao Timão em duas parcelas, uma à vista e outra em janeiro de 2023. O contrato tinha validade até 2025.
Augusto Melo em entrevista coletiva — Foto: Globo
De acordo com a análise do órgão, a OTSAFE faz transações com a ZenetPay, responsável pela gestão de sites de apostas, entre eles a VaideBet, que assinou com o Corinthians [https://globoesporte.globo.com/futebol/times/corinthians/] no começo de 2024.
A suspeita surgiu porque o COAF estranhou que a empresa, que fica em três salas no centro da capital paranaense, operou “com valores bem acima do faturamento da empresa”.
Ainda de acordo com as análises feitas pelo órgão, o clube teria recebido os R$ 20 milhões em quatro transações via pix no dia 8 de janeiro de 2024, da seguinte forma:
– R$ 600.000,00
– R$ 4.798.300,00
– R$ 4.801.700,00
– R$ 9.800.000,00
O COAF ainda aponta que o Corinthians [https://globoesporte.globo.com/futebol/times/corinthians/] recebeu R$ 5,4 milhões, em março de 2024, da PixBet em função de um processo que o clube ganhou.
Em outubro passado, a Justiça de São Paulo determinou a penhora de R$ 21,4 milhões das contas do Corinthians [https://globoesporte.globo.com/futebol/times/corinthians/] por descumprimento de um acordo firmado com a casa de apostas Pixbet [https://ge.globo.com/futebol/times/corinthians/noticia/2024/10/01/corinthians-descumpre-acordo-com-pixbet-e-justica-determina-penhora-de-r-214-milhoes.ghtml], ex-patrocinadora do clube.
Em fevereiro, o Corinthians [https://globoesporte.globo.com/futebol/times/corinthians/] concordou em pagar R$ 40,1 milhões à Pixbet, além de R$ 4 milhões em honorários aos advogados da empresa.
Porém, segundo a casa de apostas, o Timão arcou com apenas com as primeiras sete prestações (uma entrada de R$ 6 milhões mais seis parcelas de R$ 3,1 milhões). Como o clube não honrou com o pagamento previsto para 16 de setembro, a Pixbet decidiu recorrer à Justiça.