A Polícia Federal iniciou a 2ª fase da Operação Fantasos, mirando estabelecimentos comerciais ligados a um esquema de pirâmide que movimentou R$ 1,6 bilhão em um ano e meio. O alvo da investigação é o Trade Coin Club, vinculado a Douver Torres Braga, que está detido nos Estados Unidos. Douver teria arrecadado 295 milhões de dólares entre dezembro de 2016 e maio de 2018, prejudicando milhares de investidores ao redor do mundo.
Nesta terça-feira, a PF realizou buscas em empreendimentos nas cidades do Rio de Janeiro, Niterói, Petrópolis e Duque de Caxias. O shopping e o feirão de roupas estão entre os locais investigados. Na fase anterior, foram apreendidas embarcações, carros de luxo, relógios, joias e dinheiro em espécie, dentro de uma ordem de sequestro de bens no valor de R$ 1,6 bilhão. Dessa vez, os agentes cumpriram 5 mandados de busca e apreensão, atendendo a uma nova determinação de arresto de mais R$ 1,5 bilhão.
Douver foi detido em fevereiro na Suíça pela Interpol e extraditado para os EUA. Conforme autoridades americanas, o Trade Coin Club, liderado por ele, prejudicou 100 mil investidores em todo o mundo ao oferecer rendimentos de 11% ao mês com um suposto “robô de microtransações massivas”, que provou ser uma fraude. Os alvos das ações judiciais identificados nesta terça foram revelados durante as investigações da primeira fase da operação.
A Comissão de Valores Mobiliários dos EUA anunciou acusações contra Douver e outras 3 pessoas por um esquema Ponzi de criptomoedas que arrecadou mais de 82 mil bitcoins, equivalentes a US$ 295 milhões na época, de mais de 100 mil investidores em todo o mundo. O Trade Coin Club, sob comando de Douver, operava como um programa de “marketing multinível” de 2016 a 2018, prometendo lucros provenientes de um bot de negociação de criptoativos inexistente.
Segundo a denúncia da SEC, Douver ludibriou investidores com promessas falsas de operações milionárias do bot, garantindo retornos diários mínimos de 0,35%. No entanto, os fundos dos investidores não eram utilizados para o bot, mas desviados para proveito próprio e para remunerar uma rede de promotores do Trade Coin Club. O esquema funcionava como um Ponzi, onde os saques eram pagos com valores de novos investidores, sem efetiva atividade de negociação de criptoativos. Douver teria recebido pelo menos 8.396 bitcoins dos investimentos realizados.