Tragédia de Mariana: governo federal anuncia repasse de R$ 12 bi para SUS nos municípios afetados por rompimento de barragem
Novo acordo de reparação inclui recursos para 49 cidades de Minas Gerais e do Espírito Santo atingidas pelo colapso da estrutura da mineradora Samarco, em 2015.
Em 2015, o rompimento da Barragem de Fundão destruiu os distritos de Bento Rodrigues e Paracatu de Baixo, em Mariana. — Foto: Leonardo Miranda/TV DE
O Ministério da Saúde divulgou, nesta terça-feira (27), um repasse de R$ 12 bilhões para os municípios afetados pelo rompimento da barragem de Fundão, em Mariana (MG), em 2015. A tragédia resultou na morte de 19 pessoas, destruição de modos de vida e contaminação da bacia do Rio Doce.
De acordo com o governo federal, os recursos integram o novo acordo de reparação dos danos causados pelo desastre e serão usados para fortalecer o Sistema Único de Saúde (SUS) nas 49 cidades de Minas Gerais e do Espírito Santo impactadas pelo colapso da estrutura de mineração.
A divulgação ocorreu durante uma cerimônia em Brasília (DF). Na ocasião, o ministro Alexandre Padilha (PT) lançou o Programa Especial de Saúde do Rio Doce e informou sobre a criação da Rede de Pesquisa em Saúde do Rio Doce, iniciativa que será coordenada pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), com a participação de outras instituições de pesquisa da região.
Segundo a pasta, a única exigência das prefeituras para receber os recursos é elaborar e submeter um plano de ação para ser aprovado pelo ministério.
Agora, sobre a barragem de Fundão, da mineradora Samarco, controlada pela Vale e BHP Billiton, rompeu-se em novembro de 2015, despejando mais de 44 milhões de metros cúbicos de rejeitos de minério de ferro. O desastre resultou na morte de 19 pessoas e causou devastação por toda a bacia do Rio Doce, atingindo a foz do rio, no Espírito Santo, e no Oceano Atlântico.
Em outubro de 2024, o governo federal, os estados de MG e ES, o Ministério Público, a Defensoria Pública e as mineradoras envolvidas assinaram um novo acordo para reparar integralmente os danos causados pelo rompimento da barragem. Este acordo prevê medidas que totalizam R$ 170 bilhões ao longo de 20 anos, distribuídos em três frentes.