Motorista de aplicativo baleado passou por dois hospitais públicos e morreu sem conseguir fazer tomografia
Vagner Santos Ferreira, de 39 anos, estava no carro com dois passageiros na Rua Júlio de Melo quando foi ferido. Ele baleado na cabeça e pesava mais de 140 kg, segundo a família. Unidade de saúde informou que não conta com equipamento de tomografia para pacientes superobesos.
Vagner Santos Ferreira, de 39 anos, atendeu ao chamado de uma passageira, mas foi rendido por dois homens armados. Ele foi baleado na Rua Júlio de Melo. Ele foi socorrido, mas ainda passou por uma peregrinação para conseguir atendimento. Primeiro foi levado para o Hospital Municipal Albert Schweitzer, em Realengo.
Segundo a família, por volta das 23h, o motorista foi transferido para o Hospital Estadual Getúlio Vargas, na Penha, mas acabou sendo mandado de volta. Vagner pesava mais de 140 kg. Ele teria ficado sem atendimento das 23h até o horário da morte, às 5h desta terça-feira (27).
Vagner era eletricista de formação, mas trabalhava como motorista de aplicativo há 5 anos porque não conseguiu emprego. Quando saiu para trabalhar na noite desta segunda, a família ficou preocupada. Vagner fez uma corrida, que começou na estação de trem em Realengo. Ele seguiu para o bairro de Senador Camará. O destino seria a Rua Nova Guiné.
No cadastro do aplicativo, o nome do passageiro que pediu a corrida é de uma mulher. Mas testemunhas do crime disseram que viram dois homens no carro de Vagner. A família do motorista acredita que ele foi vítima de uma cilada. O carro foi levado para 34ª DP (Bangu) e examinado pela perícia.
O Hospital Estadual Getúlio Vargas disse que o motorista Vagner Santos Ferreira foi atendido por um neurocirurgião e, diante do quadro clínico do paciente, foi indicada a realização de uma tomografia para que ele pudesse fazer uma cirurgia. No entanto, a unidade não tinha equipamento de tomografia para pacientes superobesos e decidiu transferir o paciente de volta.