Família denuncia que homem em surto psicótico morreu após agressões policiais; veja vídeo
A Secretaria de Segurança Pública do Ceará informou que a Polícia Civil está investigando o caso e que somente após conclusão do laudo cadavérico será possível atestar a causa da morte.
Família denuncia que homem em surto psicótico morreu após agressões policiais
O servidor público Carlos Fábio Mendonça de Araújo, de 37 anos, faleceu na última sexta-feira (30) em Fortaleza após quase quatro meses internado. Ele estava hospitalizado em decorrência dos ferimentos que sofreu durante uma intervenção policial enquanto estava em surto psicótico. A família denuncia truculência na ação dos militares.
O episódio aconteceu no dia 1º de fevereiro no bairro Conjunto Ceará. De acordo com a família, Carlos entrou em surto por acreditar que estava sendo perseguido. Ele saiu correndo pelas ruas do bairro e, nesse momento, pulou em cima de carro, agrediu o condutor do veículo e o filho do homem.
A Polícia foi chamada para conter Carlos, que era lutador de artes marciais e não estava armado. Uma vez no local, os policiais da Força Tática foram filmados esmurrando, chutando e atirando contra o homem diversas vezes.
A família afirma que o servidor foi atingido pelo menos 14 vezes por balas de borracha e ainda foi atingido por um tiro de arma de fogo em uma das pernas. Ele também teve o nariz quebrado durante o episódio.
Após ficar imobilizado, Carlos foi colocado ensanguentado no porta-malas da viatura e levado à UPA do Conjunto Ceará, de onde foi enviado, com emergência, para o hospital Instituto Dr. José Frota (IJF). Na segunda-feira, 3 de fevereiro, ele foi transferido para um hospital particular, onde permaneceu até falecer.
Enquanto esteve internado, Carlos chegou a ser denunciado pelo Ministério Público do Ceará (MPCE) por agressão, dano ao patrimônio e por resistir às ordens policiais. O órgão também disse que três policiais foram agredidos no episódio. Com a morte de Carlos, o processo foi extinto.
Carlos Mendonça trabalhava nos Correios e era pai de quatro filhos. Ele praticava artes marciais e cursava uma faculdade de Direito. Conforme a família, ele tinha suspeita de esquizofrenia e já havia apresentado episódios de transtorno de identidade e mania de perseguição.
Em nota, a Secretaria de Segurança Pública do Ceará (SSPDS) informou que a Polícia Civil está investigando as circunstâncias da morte e que somente após conclusão do laudo cadavérico feito pela Perícia Forense será possível atestar a causa da morte. O caso está a cargo do 12º Distrito Policial (DP).
Também por meio de nota, a Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública e Sistema Penitenciário (CGD) informou que instaurou procedimento disciplinar para investigar o caso na seara administrativa.