Falta de banheiros públicos prejudica áreas turísticas do Rio

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Áreas turísticas e de lazer do Rio sofrem com falta de banheiros públicos

Locais icônicos como Lagoa Rodrigo de Freitas, Aterro do Flamengo e Zona
Portuária não oferecem infraestrutura sanitária adequada a moradores,
trabalhadores e turistas. Os principais cartões-postais e áreas de lazer do Rio de Janeiro enfrentam grave carência de banheiros públicos gratuitos. Moradores, turistas e trabalhadores relatam dificuldades diárias em locais como a Lagoa Rodrigo de Freitas, Aterro do Flamengo e regiões do Centro histórico. O RJ2 esteve nesses locais e comprovou o problema.

Na Lagoa, por exemplo, banheiros existentes foram removidos. Helder Ribeiro, operador de estacionamento, testemunhou a retirada das unidades que ficavam perto do Jardim de Alá. “Eram dois banheiros. Foram retirados por conta do mau uso. O pessoal depredava, tinha vazamentos de água direto”. A ausência obriga pessoas a improvisarem: “O pessoal vem apertado, não tem onde se aliviar, procura árvores, atrás do caminhão. Vejo isso direto. não tem alternativa”, comentou Helder.

O único equipamento próximo ao campo de baseball da Lagoa Rodrigo de Freitas é um mictório masculino insalubre. Luana Mello, frequentadora diária, descreve o local como impossível. “Alagado, com cheiro forte e chão sujo de urina. Para mulheres, não há absolutamente nada”. Segundo os frequentadores do Aterro do Flamengo, outro ponto de grande circulação na Zona Sul, os banheiros funcionam apenas durante o Carnaval. Já na orla, os postos de salvamento cobram R$ 3,50 por uso, o que também dificulta para quem está na praia para trabalhar, como explicou Vitória Barbosa, barraqueira.

Taxistas como Francisco Mesquita relatam como os turistas que visitam o Rio também são prejudicados pela falta de banheiro público. “O passageiro quer ir ao Centro, na parte histórica, na Narra, praia. Ai no caminho, a pessoa quer ir ao banheiro, temos que parar próximo a um restaurante e falamos: “O senhor tenta no restaurante, se aceitar o senhor usar”. Acho que qualquer cidade, principalmente o Rio, que recebe muitos turistas, deveria ter banheiro público”, alerta o taxista. Os turistas também se sentem frustrados. Vanessa San Martín, do Chile, lamentou não conseguir encontrar um banheiro durante um passeio.

No Largo da Prainha, Renato Nonato, gerente de restaurante, critica a situação da região pela falta de banheiros públicos. Ele disse que na maioria das vezes deixa que pessoas que não são clientes usar o banheiro do local. Contudo, ele lembra que isso tem um custo elevado. “Na maioria das vezes, a gente deixa (…) Mas a gente tem um custo elevado sobre isso. Acho que poderia ter mais banheiros químicos na região”, ponderou. Enquanto o poder público não age, trabalhadores, moradores e visitantes seguem convivendo com a precariedade sanitária em áreas que simbolizam a imagem internacional da cidade.

Em nota, a Prefeitura do Rio não se manifestou sobre a ausência de banheiros públicos nas áreas de lazer citadas na reportagem. O município apenas informou que a Quinta da Boa Vista, os parques Madureira, Pavuna, Realengo, Oeste e Rita Lee, na Barra da Tijuca, têm banheiros públicos que recebem manutenção periódica.

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