Na estrada com turnê que celebra 40 anos de carreira, Zeca Pagodinho diz que ainda não pensa em se aposentar do samba: ‘Vivo disso e para isso’
Cantor conversou com o DE antes de se apresentar na Festa Junina de Votorantim (SP), no fim de semana. Tour comemorativa se encerrará em Portugal, com apresentações em Lisboa e Porto.
Zeca Pagodinho emocionou o público durante a canção ‘Ogum’ em Votorantim (SP) — Foto: Ana Paula Yabiku/DE
Seja pelas músicas que atravessam gerações ou pelos memes nas redes sociais, uma coisa é consenso entre os brasileiros: Zeca Pagodinho é quase que um patrimônio nacional. Na estrada com a turnê que celebra os seus 40 anos de carreira, o cantor conversou com o DE antes de se apresentar na Festa Junina de Votorantim (SP), no fim de semana.
Nascido em Irajá, na zona norte do Rio de Janeiro (RJ), Zeca teve sua primeira música gravada no início dos anos 80: “Amargura”. A faixa entrou no segundo disco do grupo Fundo de Quintal, originário do reduto do samba Cacique de Ramos. Foi por meio dele que Zeca conheceu sua futura “madrinha” Beth Carvalho, que gravou o seu primeiro sucesso: “Camarão que Dorme a Onda Leva”.
O resto é história. Em 2024, o cantor e compositor carioca completou quatro décadas de sucessos que marcaram a música brasileira, como “Judia de Mim”, “Vai Vadiar”, “Verdade” e “Deixa a Vida Me Levar”. A data deu origem à turnê comemorativa de 40 anos, que já passou pelo Rio de Janeiro e por Florianópolis (SC) neste ano.
Os próximos shows em território brasileiro serão realizados em Belo Horizonte (MG), Lauro de Freitas (BA), Goiânia (GO) e São José dos Campos (SP), mas a tour se encerrará em Portugal, com apresentações em Lisboa e Porto, no mês de novembro, o que deve atrair brasileiros que estiverem no país europeu. “É o povo brasileiro que está lá. Um ou outro é europeu, mas a maioria que está lá [nos shows] é brasileiro”, comenta o cantor.
Agora, aos 66 anos de idade, Zeca admite que pode até precisar de um pouco mais de descanso entre uma turnê e outra, mas, mesmo assim, não pensa em se aposentar tão cedo do samba. “Aposentar? Não, porque eu vivo disso e vivo para isso, mas diminuir um pouquinho o ritmo, sim”, confessa.
Show da turnê ‘Zeca Pagodinho – 40 anos’ — Foto: Will Aleixo/Divulgação
Em fevereiro do ano passado, Zeca gravou um álbum que revisita os 40 anos de trajetória musical. O show foi realizado no estádio Nilton Santos (o Engenhão), casa do seu time do coração (o Botafogo). O registro do show em audiovisual também ganhou uma versão em vinil.
A apresentação, que ocorreu no dia do aniversário de 65 anos de Zeca, contou com participações de grandes nomes do samba, como Jorge Aragão, Diogo Nogueira, Xande de Pilares, Seu Jorge e Alcione, além de cantores de diferentes gêneros musicais, como Marcelo D2, Djonga e IZA.
Ao DE, o sambista conta que, nas horas vagas, tem o costume de ouvir não somente grupos atuais de samba e pagode, mas também outros tipos de música em casa. Só que, para isso, precisa arranjar tempo na rotina de avô. “Eu ouço às vezes, quando dá tempo. Eu estou com sete netos, né? Mas a música atual está bem melhor do que era. Tudo que é coisa boa eu escuto.”
Capa da edição em LP duplo do álbum ‘Zeca Pagodinho – 40 anos ao vivo’ — Foto: Universal Music/Divulgação
Mesmo quem não conhece uma música sequer de Zeca Pagodinho sabe quem é ele. Isso porque, na internet, o cantor é praticamente um “meme ambulante”. As várias fotos dele que circulam nas redes sociais vão desde poses com “joinha” e copos de cerveja na mão a looks de inverno.
Mas o “muso inspirador” garante que não é tão conectado à internet quanto parece: “Eu não vejo essas coisas, não. As pessoas me falam, mas eu mesmo não vejo não”, explica.
Zeca Pagodinho é um ‘gerador de memes’ nas redes sociais — Foto: Prefeitura de Santos/Divulgação
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